O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, janeiro 18, 2004

"As mães não nos dizem onde estamos e deixam-nos sós; onde os medos acabam e Deus começa - aí talvez a gente esteja..." (Rilke)



"Toda a Antiguidade, seja ela mediterrânea ou “barbara”, destacou uma personagem divina de natureza feminina, com diferentes nomes e diferentes aspectos.

O povo judeu não escapou a essa intromissão da Deusa, e a Bíblia hebraica está cheia de conflitos que opõem os partidários do Deus pai (o Javé do Sinai, antigo deus-lua dos semitas do Médio Oriente) aos partidários da Deusa Mãe, a Istar babilónica que se tornou mais tarde Astarteia e Vénus-Afrodite, quando não era Diana-Artemisia:

uma divindade feminina cuja função materna se desdobrava necessariamente numa função erótica. Sabemos muito bem que essa função erótica iria ser escondida desde o início de um cristianismo inteiramente orientado para uma masculinidade triunfante e uma castidade exemplar, resultante a maior parte do tempo de um terror instintivo relativamente aos mistérios da mulher."


J.M.

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