O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, janeiro 11, 2004

NA ESCOLA DOS TIRANOS

“Enquanto sofrerem o seu império, serão irreconhecíveis, presas de uma embriagues diferente de todas as outras. Tudo mudará neles, até o timbre de voz. A ambição é uma droga que faz um demente em potência daquele que se lhe entrega. Esses estigmas, esse ar de fera desvairada, essas linhas inquietas, e como que animadas por um êxtase sórdido, quem não os tiver observado em si próprio nem em outrem permanecerá estranho aos malefícios e aos benefícios do Poder, inferno tónico, síntese de veneno e panaceia.”
Emil Cioran

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