O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, janeiro 16, 2004

EM PORTUGAL
"As taxas de violência e coerção nas relações de namoro são muito elevadas na sociedade actual"
Uma em Cada Quatro Universitárias Teve Experiências Sexuais Forçadas
Por CATARINA GOMES - Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2004
EXCERTOS


"Uma em cada quatro estudantes universitárias dizem ter sido vítimas de experiências sexuais forçadas. Os beijos e carícias e a coacção sexual, ambos resultantes do uso de pressão por argumentos verbais, foram o tipo de agressão deste tipo mais frequente.

As conclusões resultam de um inquérito a 837 alunas de sete instituições de ensino superior, realizado no âmbito de uma tese de mestrado - um dos estudos que vão ser apresentados num simpósio de sexologia da Universidade Lusófona, que hoje tem início na Torre do Tombo, em Lisboa.

São 27 por cento as estudantes universitárias que afirmam ter sido vítimas de "relações sexuais forçadas", uma categoria que inclui a coacção sexual (experiências sexuais na sequência de argumentos verbais ou posição de autoridade -13,3 por cento), os contactos indesejados (o que inclui beijos e carícias - 6,8 por cento), a tentativa de violação (três por cento) e a violação (3,8). A teste chama-se "Relações sexuais forçadas em estudantes universitários" e é da autoria da psicóloga clínica Fátima Gameiro.

O trabalho constata que a coacção sexual mais frequente é o uso de argumentos verbais contínuos - "não é só fisicamente", quando só no acto as mulheres sentem que estão a ser coagidas. Destes actos ficam sequelas, refere a autora da tese. Da totalidade das vítimas, só 28 por cento pediram ajuda e o tipo de auxílio mais procurado foi um amigo.

Os principais efeitos destes abusos, mais elevados nas vítimas de violação, passam pela depressão, hostilidade e sensibilidade interpessoal, constata o trabalho, que teve a classificação de Muito Bom.

Agressividade no namoro de adolescentes

Uma outra tese de mestrado que também vai ser apresentada durante o simpósio da Lusófona - "A agressividade nas relações de namoro de adolescentes" - chegou a conclusões próximas, mas em idades mais novas. Com base num inquérito a 925 adolescentes dos 12 aos 17 anos, o trabalho constatou que, em termos de comportamento agressivo, os adolescentes do sexo masculino apresentam índices mais elevados.

Estes comportamentos são explicados pela dificuldade dos adolescentes em lidar com o conflito e na imitação dos padrões sexuais que vêem à sua volta, começando pelos pais: "Aos homens cabe liderar a relação, às mulheres acatar".

"Um jogo de sedução com mal-entendidos pode dar em coerção"


NOTA À MARGEM: Já lá vai o tempo em que...
"Uns cedem-lhe o lugar, apanham-lhe o lenço: outros reconhecem-lhe o direito de exercer todas as funções, de tomar parte na administração, etc,"
... e hoje em dia mandam-nos chamar a polícia?...

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