O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, fevereiro 15, 2005

“Vi, Senhora, dias sombrios, meses tristes e anos de ânsia,
Vi, Senhora, catástrofes, desordens e violências”.



Senhora minha,
Mãe misericordiosa,
Neste mundo eu sou todas as mulheres
Que neste planeta sofrem há milénios...

Sou a vagabunda, a prostituta, a estrangeira e a louca...
Sou a inválida, a doente, a desgraçada e a histérica;
Sou a mulher árabe condenada a cobrir o rosto
Proibida pelos homens de falar, sorrir e olhar.

Sou todas as mulheres perseguidas e queimadas
Pelos padres nas fogueiras da Inquisição,
e que eu não esqueço!

Senhora dos Oráculos,
dá-me a tua Visão de Paz e Amor
Ouve a minha prece: vem a este Mundo e impera!
Ó vem e salva a Terra e a nós mulheres, desta barbárie.

In "Antes do Verbo era o Útero"

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