O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

"ÉS UM JARDIM FECHADO MINHA IRMÃ-NOIVA,
ÉS UM JARDIM FECHADO, UMA FONTE SELADA..."




13 DE FEVEREIRO
ELEGIA À IRMÃ LÚCIA, VIDENTE DE FÁTIMA
Partiu ontem liberta do isolamento forçado que toda a vida viveu, "simples, ignorante e obediente", como a descrevem, para o seio da Deusa que diz que viu e por isso foi enclausurada!


Penso hoje nas Sacerdotisas da Deusa Mãe
e no que seriam na sua feminilidade e graça,
à volta do andor da Senhora na assumpção
do seu Dom intacto no corpo e na alma...

Imagino ainda em Fátima ou em Lourdes,
em todos os lugares usurpados pelos padres da Igreja,
as Sacerdotisas da Grande Mãe...
Vejo-as serenas como as deusas, resplandecentes nos seus vestidos brancos,
da cor azul do céu ou vermelho, e flores no cabelo solto,
e não freiras de cabelo rapado silenciadas e o véu negro
que as esconde do pecado,
irmãs sacrificadas ao dogma romano...

Penso nas verdadeiras servas da Deusa que antigamente cantavam com alegria
os seus ritos de oferenda à Mãe Natureza e à Vida e quando tudo era sagrado...

Penso nas Mulheres doces e belas, livres e sensuais...
que deram lugar à dor e à tristeza,
à repressão do seu SER INTEIRO
e que foram perseguidas e queimadas nas fogueiras
condenadas a noivas da morte e do medo secular...

Penso na AMADA dos Cãnticos dos Cânticos,
Maria Madalena a eleita, Sacerdotisa de Magdala...
que foi renegada e apagada da história pelos patriarcas...

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