PORTUGAL:
O QUE É QUE VAI MUDAR?
“O AMBIENTE DE MEDIOCRIDADE EM QUE VIVEMOS É ASSUSTADOR. ESTOU DE FORA, MAS VOU LENDO OS JORNAIS E O QUE VEJO É TÃO BAIXO...DIRIA MESMO, DE FORMA VEEMENTE, RELES”
J.Saramago, março de 2004
de ritmo desigual, coração mau,
eu sou mais tenra que esse pobre pau
que, prisioneiro, apodrece nas tuas vagas.
Oh, mar, dá-me a tua cólera tremenda,
eu passei a vida a perdoar,
porque entendia, mar, eu me fui dando:
"Piedade, piedade para o que mais ofenda".
Vulgaridade, vulgaridade que me acossa.
Ah, compraram-me a cidade e o homem.
Faz-me ter a tua cólera sem nome:
já me cansa esta missão de rosa.
Vês o vulgar? Esse vulgar faz-me pena,
falta-me o ar e onde falta fico.
Quem me dera não compreender, mas não posso:
é a vulgaridade que me envenena.
(...)
Alfonsina Storni (EXCERTO DO POEMA Diante do mar)
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