O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
quinta-feira, fevereiro 24, 2005
"... Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação"
[José Afonso, in A Morte Saiu à Rua - acabei de roubar ao Almocreve das Petas]
Ontem, em Noticiários diferentes, ouvi duas opiniões curiosas que chamaram a minha atenção. A primeira era de uma mulher a falar para a SIC a propósito da guerra e da visita de Bushe, em que chamava a atenção para o facto de as mulheres não serem ouvidas para nada e que enquanto as mães não fossem ouvidas e tidas em consideração o mundo não podia mudar...
Nenhum dos jornalistas sequer falou na questão...
À noite, foi da boca do escritor Lobo Antunes em Israel em que à pergunta do jornalista em como é que a situação entre Israel e a Palestina poderia mudar o escritor disse uma coisa extraordinária...
- "Talvez as mães...talvez as mães por tanto sofrimento em carne viva dos seus filhos possam mudar as coisas”
Não eram as palavras textuais, mas era esse o sentido...
Sim, ontem, em Portugal, na televisão, eu ouvi isso mesmo...
Será que mais alguém ouviu?
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