O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

“ QUEM É ESTA QUE SURGE COMO A AURORA,
FORMOSA COMO A LUA, BRILHANTE COMO O SOL,
MAJESTOSA COMO UM EXÉRCITO EMBANDEIRADO?”

Cântico dos cânticos

“Apesar da veneração da Noiva de Jesus Ter sido oficialmente suprimida pela Igreja Católica, os altares à Virgem Maria continuaram a florescer, atraindo peregrinos de toda a Europa. O culto do feminino conseguiu atingir a sua apoteose quando Maria foi nomeada Virgem Rainha do Céu. Mas enquanto a Virgem Maria, adequadamente, representava o aspecto maternal feminino, a doutrina da sua perpétua virgindade renega implicitamente o papel de esposa. Por mais bela que esta mãe seja, é evidente para toda a gente que falta algo muito real e muito precioso na história do Cristianismo. Esse algo é a Noiva.”

In MARIA MADALENA E O SANTO GRAAL
Margaret Starbird


- O que falta é A AMADA a que foi renegada para se enaltecer apenas a MÃE . A Igreja quis negar e apagar dos evangelhos a Mulher na pessoa de Maria Madalena e o que ela significava como amante ou esposa de Jesus. Daí a amante nos seus aspectos eróticos e sensuais e toda a mulher que não se submetesse ao patriarcado, passar a confundir-se com a “prostituta” e assim a mulher, ao longo dos séculos, foi também apagada e desvalorizada, condenada pela Igreja pela sua sexualidade, passando a simbolizar o mal e o pecado, quando antes do cristianismo era considerada sagrada pela sua inteira dádiva de mulher amante e mãe.

Porém não foi só a mulher que se perdeu, mas sobretudo o homem que foi privado do seu feminino, um feminino integral e não "uma costela" e portanto a Terra inteira sofreu o desgaste e a erosão da sua violência e das guerras por falta de valores do feminino de compaixão, da paz e da concórdia.

A destruição da fauna e da flora que gera o caos ecológico e as crescentes intempéries que como nunca devastam o Planeta devem-se ao desequilíbrio dos pólos e o domínio de apenas um dos princípios, o masculino. As sociedades patriarcais dominam há milénios metade da humanidade que subjugam e mantêm sob o seu domínio: as mulheres.

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