O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, junho 14, 2006


"Psicologia e Religião Oriental"

(...)"Mas uma dificuldade diferente e mais decisiva consiste na ignorância generalizada da própria sombra, isto é, do aspecto inferior da própria personalidade, que é constituída, em grande parte de complexos reprimidos. Acontece muitas vezes que a personalidade consciente se volta com todas as suas forças contra tais conteúdos, descarregando-os sob a forma de projecções sobre os seus semelhante. Só vemos perfeitamente o argueiro no olho do nosso irmão e não enxergamos a trave que está no nosso próprio olho.O facto de sermos muitas vezes acometidos por uma cegueira sistemáticaem relação aos nossos próprios defeitos revela-se extremamente prejudicial” (...)
C.G.JUNG

DA NOSSA SOMBRA...
e das guerras com o próximo!


Quanto mais consciência de si mesmo como um todo o ser humano tiver, e isso passa imprescindivelmente pela tomada de consciência de processos inconscientes, nomeadamente enquanto lado SOMBRA, mais fácil será o trabalho do indiví-duo na integração da sua totalidade no caminho da auto-realização...Contudo, a dualidade vivida da forma mais básica que é ao nível do Bem e do Mal e de uma moral e religião milenar, ou mesmo de ideias e ideologias fundamentalistas, geram permanentemente antagonismo entre esses dois lados do SER dentro do próprio indivi-duo que acaba por se reflectir no outro. Assim, sem qualquer compreensão do par de opostos que lutam dentro de si mesmo, na busca do equilíbrio entre os opostos complementares, traz além do conflito com o próximo, graves distúrbios não só psicológicos, como sociais, porque é comum querermos ser nós os “bons” e ver o lado "máu" só nos outros.

Desde há milénios que o Homem repete este erro, na busca de Deus ou de um ideal negando na natureza ou na mulher o lado “negativo” ou “sinistro” da vida. Queremos sempre um lindo dia de sol e nada do frio ou o lado escuro da lua...
Por isso, abomino o dito "positivismo" (o pensamento!) tão vulgarizado pelas "alternativas" que exclue o "negativo" - o outro lado de nós que por acaso é o feminino...sendo o masculino o positivo... Tanto como nas religiões ou ideologias. Como se um lado do ser pudesse existir sem o outro! O equilíbrio de toda a existência nasce da junção dos dois aspectos, yin e yang, na luta interior consciente pela sua integração ou seja no caminho para a integração de ambos os princípios de vida dentro de cada ser, homem ou mulher... pois sem a ligação dos dois em UM dentro de nós mesmos não há LUZ!
R.L.P.

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