Um terceiro Deus
por José Saramago 21 Agosto 2009
Creio que as teses de Huntington sobre o "choque de civilizações", atacadas por uns e celebradas por outros aquando do seu aparecimento, mereceriam agora um estudo mais atento e menos apaixonado. Temo-nos habituado à ideia de que a cultura é uma espécie de panaceia universal e de que os intercâmbios culturais são o melhor caminho para a solução dos conflitos. Sou menos optimista. Creio que só uma manifesta e activa vontade de paz poderia abrir a porta a esse fluxo cultural multidireccional, sem ânimo de domínio de qualquer das suas partes. Essa vontade talvez exista por aí, mas não os meios para a concretizar. Cristianismo e islamismo continuam a comportar--se como inconciliáveis irmãos inimigos incapazes de chegar ao desejado pacto de não agressão que talvez trouxesse alguma paz ao mundo. Ora, já que inventámos Deus e Alá, com os desastrosos resultados conhecidos, a solução talvez estivesse em criar um terceiro deus com poderes suficientes para obrigar os impertinentes desavindos a depor as armas e deixar a humanidade em paz. E que depois esse terceiro deus nos fizesse o favor de retirar-se do cenário onde se vem desenrolando a tragédia de um inventor, o homem, escravizado pela sua própria criação, deus. O mais provável, porém, é que isto não tenha remédio e que as civilizações continuem a chocar-se umas com as outras.
in dn
Não é de mais um Deus MACHO que a Humanidade precisa, mas de uma Deusa Mãe… A Mãe que põe ordem na casa e os filhos em paz…
A mãe que põe ordem no Universo...
Poderia aconselhar José Saramago a ler Gislaine Lancôt mas não creio que ele compreendesse a Mãe…ele, apesar do amor e do respeito à mulher, não consegue compreender o poder e a justiça da Deusa Mãe…(...)
Diesa é amor infinito, a única realidade. Revejo-me nos outros e trato-os como a mim mesma. Não preciso de exército nem de polí¬cia.
Diesa é tudo. Estou unificada e não conheço inimigos exteriores, eles não existem. Não tenho medo das pessoas, nem dos micróbios, nem do futuro.
Diesa é criadora. Crio-me a mim mesma. Sou um original e não uma reprodução.
A história dos pais reprodutores e dos seus filhos é uma história de fotocópias tão mal contada como a do Pai Natal. Ponho fim ao meu apego a papéis, hábitos, tradições familiares e à própria instituição familiar.
(…)
Ghis
9 comentários:
veja-se um artigo interessante...
(...) In-visibilidade na homossexualidade feminina
*Lyh
Como uma região incógnita, uma espécie de caixa de surpresas que suspeita do discurso que veicula, o amor entre mulheres é capaz de disseminar perplexidade, seja quando parece optar pelo seu ruidoso silêncio, seja quando tenta uma tímida visibilidade. A promessa de transpor para uma realidade discursiva tudo aquilo que incide sobre os mais obscuros lugares da experiência humana faz do não dito algo, senão indesejável, ao menos incomodo à nossa disposição de tornar as coisas, mais que classificadas, bem ditas.
Enquanto as mulheres heterossexuais começam a caminhar na direção de uma maior liberdade, no sentido de manifestar e discutir as questões relativas à sexualidade, as lésbicas exercem e discutem a sua sexualidade à margem da sociedade, tolhidas pela discriminação.
Em relação ao homoerotismo feminino pode ser percebido através de uma economia do silêncio e da in-visibilidade provinda de longa data. No antigo Testamento, mais precisamente no capítulo XVIII do terceiro livro de Moisés, chamado Levítico, aparecem significativas considerações acerca dos "casamentos ilícitos" e das "uniões abomináveis". Entretanto, nesta ampla lista de advertências não consta qualquer referência ao homoerotismo feminino. Mas, o silêncio que parece emudecer a homossexualidade feminina não se restringiu às escrituras bíblicas. Até o Tribunal do Santo Ofício Português fez "vista grossa" ao lesbianismo. Tamanha complacência adquiriu o status de lei a partir de 22 de março de 1646, quando o Conselho Geral da Inquisição de Lisboa, num ato surpreendente, decidiu ignorar a prática sexual entre mulheres (MUNIZ,1990).
Conforme esclarece Mott (1987), antes mesmo do Santo Ofício formalizar esta postura de tolerância, ou melhor, de desconfiança acerca da possibilidade deste tipo de pecado existir, já se podia detectar uma expressiva descrença em relação ao homoerotismo feminino. Segundo o historiador, "raríssimos são os processos de mulheres-sodomitas existentes na Torre do Tombo, não havendo registro de nenhuma lésbica lusitana que tenha sido queimada pelos tribunais religiosos". O período vitoriano, famoso por seu policiamento aos bons costumes, também não debruçou sua ira sobre a homossexualidade feminina (...)“A rainha Vitória, através de uma lei sancionada em 1885, condenou somente às práticas sodomitas entre os homens, negando incluir punição contra o sexo entre mulheres por não acreditar na viabilidade desse invisível amor.” "(...) o poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo o exercem" (BOURDIEU, 1989:08). (...)
Restante texto neste Link, onde poderá ler na íntegra e se o desejar colocar no seu blog: http://www.mulheresdecueca.com.br/In-visibilidade%20na%20homossexualidade%20feminina.htm
também, existe, outro artigo interessante:
http://www.mulheresdecueca.com.br/A%20Invisibilidade%20da%20mulher%20lésbica.htm
Nota à parte, custo dizer que acho muito estranho esta abertura ao Homo-Gay, onde ele se expõem feito barata tonta, onde ele faz tantas exigencias, como a da igualdade... e pouco vejo sobre a libertação das Lésbicas!! Pouco se ouve sobre a voz destas mulheres e que em nada têm haver com o pseudo feminismo!! Levei tempo para perceber que não é preconceito; não não é... mas algo mais rudimentar e violento: Negação da Humanidade MULHER!!!!
- anónima -
Rosa: uma grande Mulher da qual eu li um livro muito interessante é Corinne Maier. O livro é "No Kid". Corinne Maier tem feito esforços para abrir os olhos, principalmente dos casais e de quem trabalha para o Estado.
André
Pelo menos nesse caso, da citação acima sobre a homossexualidade feminina, as mulheres forma beneficiadas, como não eram consideradas tbm não eram punidas... kkkkkkkkkkkkkkkk...
só existe sexo onde existe falo...
ai mainha... é com cada uma q a gente se depara... pelo menos nesse caso algumas salvaram a pele... ui... da fogueira... shhhhhhhhh...
Nana 8D
No fim de semana um josranlista da sic riu no final do telejornal ao apresentar uma peça q mostrava um político americano dizendo q não ia argumentar com uma senhora q o interpelava num debate, pq segundo ele "era o mesmo q perder tempo a falar com uma mesa"...
não só isso é verdade como é um dos vídeos p serem votados na emissora como o melhor da semana...
negação do feminino por todos os poros... mas ainda me toca mais qdo é a propria mulher q se discrimina, q repudia a outra, puxa o tapete... não q as mulheres não possam divergir, serem diferentes... podem...
mas mainha... será q eu vou ter de viver outra vez cercada de homens ou de gays, pq sinceramente as mulheres só me decepcionam cada dia mais...
Nana Odara
Gosto muito deste blog! Venho cá todos os dias.
Abraço
Ana Luísa Cachão
em primeiro lugar vou responder depois com um texto que estou a escrever sobre a questão da visibilidade da mulher homossexual...
para já agradeço ter posto a questão e enviado o artigo que já li. publicarei as minhas considerações sobre ou a partir dele em breve, espero.
um abraço
rleonor
André: tive imenso prazer que tenha voltado a dar notícias...
Apesar de nem sempre estarmos de acordo aprecio muito as suas interrogações...
um abraço
e seja bem vindo
rleonor
Nana 8D..
também pensei o mesmo...e concordo com as suas abservações, mas como disse vou debruçar-me sobre a questão dentro da minha prespectiva...que você já sabe qual é!
Um abraço
rleonor
Ana:
Seja bem vinda todos os dias...obrigada pelas suas palavras que para mim são sempre um incentivo a continuar...Saber que tenho leitoras fiéis e diárias...
um abraço
rleonor
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