O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, setembro 19, 2009

ESCRITO HÁ MEIO SÉCULO...


A MULHER MUSA E A POESIA...


Assim que as formas poéticas começam a ser utilizadas por homossexuais e que o “amor platónico” (o idealismo homossexual) se introduz nos costumes, a deusa vinga-se. Sócrates, se bem nos lembramos, teria banido os poetas da sua lúgubre república. A alternativa consistindo a passar sem o amor da mulher é o ascetismo monástico; os resultados que daí advieram foram mais trágicos do que cómicos. No entanto a mulher não é poeta: ela é a Musa ou nada. Isto não quer dizer que uma mulher deveria abster-se de escrever poemas, e sim apenas que ela deveria escrever como mulher, e não como se fosse um homem.

O poeta era originalmente o Místico ou o Fiel em êxtase da Musa, as mulheres que participavam nos seus rituais eram suas representantes. (...)

(...)
É verdade que a mulher, desde há algum tempo, se tornou o chefe virtual da casa em quase todo o Ocidente, ela agarrou os cordões à bolsa e pode aceder a qualquer carreira ou situação que lhe agrade; mas é pouco verosímil que ela venha a repudiar o sistema apesar da ordem patriarcal dominante. Apesar de todas as suas desvantagens, ela tem agora uma maior liberdade de acção que até o homem não conservou para si próprio; ainda que ela se aperceba intuitivamente que o sistema está maduro para uma mudança revolucionária, parece não se preocupar nem ter pressa para a obter. É-lhe mais fácil fazer o jogo do homem ainda mais um tempo até que a situação acabe por se tornar absurda e inconfortável tanto para uns como para outros se poderem entender.”
(...)
“A DEUSA BRANCA” - (1948) de Robert Graves

5 comentários:

jozahfa disse...

Apesar de Sócrates, o poeta preferido dos gregos era Sappho, uma mulher.
Saudações, Rosa!

Anónimo disse...

Seu Blog é maravilhoso! Um alento para a humanidade! Assim que sobrar um $$$ irei adquirir os seus livros!

Obrigada por ter criado esse espaço! O mundo precisa de gente como você!

Visite o meu cantinho: www.adeusaalquimica.blogspot.com

rosaleonor disse...

Já visitei o seu cantinho...gostei sempre gostei de alquimia e a deusa é pura alquimia...
Obrigada pelo seu interesse em Mulheres & Deusas...somos todas nós!

um abraço

rleonor

rosaleonor disse...

Jozahfa, boa lembrança...é verdade!
E que é feito de si meu amigo? Há muito que não aparecia. Espero que esteja tudo bem consigo!

Um abraço e obrigada por me lembrar...

rosa Leonor

jozahfa disse...

Passo sempre por aqui, prezada Rosa, vez em quando dou um pitaquinho.
Um abraço para ti também.