A TELEVISÃO
“A rádio não dá os bons dias ao povo, nem um despertar suave para reanimar as esperanças. Nos dias que correm, as emissoras radiofónicas pactuam com a morte. O locutor de rádio anuncia a morte de homens em combates. Fala de gente morta de fome, de sede, de desespero em todos os cantos do país. O locutor de rádio é um mensageiro da morte e executa a tarefa com competência e ingenuidade. O conteúdo do seu noticiário pretende apenas dizer: sou a morte! Sou o rei das trevas! Onde quer que estejas, desperta, escuta-me, prepara-te, que eu te virei buscar mesmo a ti que ainda dormes e roncas.”
In O SÉTIMO JURAMENTO
De Paulina Chiziane
A Televisão não dá boas notícias…
A televisão procura criar o pânico e gerar o medo, MANIPULANDO PSICOLOGICAMENTE AS PESSOAS. Constantemente somos alertados para todo o tipo de perigos iminentes, terríveis, de um mundo em colapso, que são a razão de ser dos noticiários e das pessoas que neles trabalham. Todos os dias, em cada casa ao almoço e ao jantar, somos bombardeados com as notícias das cheias, das tempestades, dos assaltos, dos desempregos, das falências, dos fogos, das guerras, do terrorismo, das pandemias e dos crimes…
“A rádio não dá os bons dias ao povo, nem um despertar suave para reanimar as esperanças. Nos dias que correm, as emissoras radiofónicas pactuam com a morte. O locutor de rádio anuncia a morte de homens em combates. Fala de gente morta de fome, de sede, de desespero em todos os cantos do país. O locutor de rádio é um mensageiro da morte e executa a tarefa com competência e ingenuidade. O conteúdo do seu noticiário pretende apenas dizer: sou a morte! Sou o rei das trevas! Onde quer que estejas, desperta, escuta-me, prepara-te, que eu te virei buscar mesmo a ti que ainda dormes e roncas.”
In O SÉTIMO JURAMENTO
De Paulina Chiziane
A Televisão não dá boas notícias…
A televisão procura criar o pânico e gerar o medo, MANIPULANDO PSICOLOGICAMENTE AS PESSOAS. Constantemente somos alertados para todo o tipo de perigos iminentes, terríveis, de um mundo em colapso, que são a razão de ser dos noticiários e das pessoas que neles trabalham. Todos os dias, em cada casa ao almoço e ao jantar, somos bombardeados com as notícias das cheias, das tempestades, dos assaltos, dos desempregos, das falências, dos fogos, das guerras, do terrorismo, das pandemias e dos crimes…
Podiam-se dar essas notícias se houvesse uma vontade de consciêncialização dos motivos, se se desenvolvesse a razão desses males, quem os origina ou o que está por detràs de todas essas atrocidades...e ventilar as possíveis soluções humanitárias para as resolver...
Afinal porque está o mundo em crise e há guerra no mundo? Porque o Sistema as gera e gere a seu belo prazer...
Afinal porque está o mundo em crise e há guerra no mundo? Porque o Sistema as gera e gere a seu belo prazer...
Não há mesmo qualquer interesse em falar das causas verdadeiras da crise e do crime, das mentiras e das fraudes monumentais, porque a finalidade dos midea é alarmar e criar pânico, alienando as pessoas da verdade, qualquer que ela seja. As televisões são do Sistema e para o Sistema, e a sua defesa. Por isso não há sequer interesse em focar os aspectos positivos da vida das pessoas nem do Planeta. Por sua vez as pessoas estão presas nas desgraças e no medo e só quando há desgraças é que elas se sentem compensadas pelo seu infortúnio pessoal, pela sua miséria e pelo seu sofrimento. Esse é o seu alimento.
Mas também há o seu contrário que acaba muitas vezes por ser um simulacro de coisas supostamente boas e resulta como alienação também...como por exemplo, pensar positivo, ser bonzinho, não dizer mal do sistema, não denunciar nada, concentrar-se no bem, "dar a outra face" etc., E manter essa estranha “fraternidade” de seres humanos, presos num mundo de competição e ego, em que, mesmo católicos ou alternativos, que continuam escravos do dinheiro, num mundo onde só o poder do dinheiro e da aparência conta e que se sobrepões a todos os valores e afectos, um mundo em que só se pensa no lucro, na mais valia, nos ordenados, no prazer ou no seu oposto, o ódio e a vingança, e essa solidariedade não é senão um reflexo desse egoísmo na desgraça e nas hecatombes…
Vê-se isso a todos os níveis. E não há classes ou elites mais conscientes; o ódio e a vingança é transversal...os partidos uns contra os outros, os professores contra os ministros, os médicos contra as farmaceuticas e vice-versa...
Promovem-se "causas humanitárias", às vezes, quando as vítimas são das guerras e das intempéries, da fome e da peste… mas se estão longe de nós... para mostrar que somos "fraternos" e porque temos medo do que nos pode vir a acontecer a nós...Sim, nunca sabemos o dia de amnhã...
Mas o que realmente vale na vida é um gesto de humanidade simples, natural, no dia a dia, um gesto de partilha ou de consolo que não existe, porque ninguém tem tempo nem paciência para ouvir ou sentir o “outro”. Ninguém se escuta a si mesmo e ninguém quer ver o seu problema e menos ainda o do vizinho…só lá longe, lá onde a gente não vê nem ouve…aí podemos ajudar “as grandes causas”. Fica bem com a nossa consciência católica, apostólica romana…
No mais, a fuga é para a frente e tudo o que se faz e move as pessoas no Sistema PATRIARCAL é puro egoísmo, vaidade, presunção e água benta…
Ilustrando o tema:
Há dias no comboio, mesmo atrás de mim, uma mulher silvava palavras de ódio e raiva e citava com prazer imenso, com devoção diria... e de cor algumas destas frases de Escrivá de Balaguer, o grande iniciador da Opus dai:
«Não te esqueças de que és... o depósito do lixo. [...] Humilha-te; não sabes que és o caixote do lixo?» (Caminho, 592); «Não és humilde quando te humilhas, mas quando te humilham e o aceitas por Cristo» (Caminho, 594); «Onde não há mortificação, não há virtude» (Caminho, 180); «Bendita seja a dor. Amada seja a dor. Santificada seja a dor...Glorificada seja a dor!» (Caminho, 208).
Este é sem dúvida o espelho da nossa miséria cultivada há milénios pelos fanáticos de todas as ordens. Como podemos falar em amor-próprio ou ter auto-estima? Como podemos amar os outros como a nós mesmos se nos ensinaram a a odiar-nos tanto, a ter medo, a obedecer aos santos e aos grandes…
E ainda mais uns conselhos sobre o uso da “nossa liberdade”:
«Obedecer... - Caminho seguro. Obedecer cegamente ao superior {...}» (Caminho, 914); «No Apostolado, estás para te submeteres, para te aniquilares; não para impor o teu critério pessoal» (Caminho, 936); «Livros. Não os compres sem te aconselhares com pessoas cristãs, doutas e discretas. Poderias comprar uma coisa inútil ou prejudicial [...]» (Caminho, 339); «É má disposição ouvir as palavras de Deus com espírito crítico» (Caminho, 945)
SERÁ QUE ESTAMOS ASSIM TÃO LONGE DISTO?
Já sei que vão pensar que estou a dar energia ao lado negativo focando-me no lado negro das coisas, e isso é verdade...eu devia fazer a diferença, e falar apenas da LUZ e da Bondade, da alegria e da pureza, da felicidade???
Mas porque não ver os dois lados da nossa humanidade? Olhar sem medo o nosso lado negro porque todos o temos e assim não ter medo da nossa sombra, nem fugir e escondermo-nos no lado oposto sem perceber que é ainda o nosso ego espiritual, o nosso ego bondoso, o nosso ego "iluminado" que muita vezes fala e simula uma verdade que não conhecemos?
"NÓS ESTAMOS TODOS NO FUNDO DO INFERNO
EM QUE CADA INSTANTE É UM MILAGRE"
Emile Cioran
Mas também há o seu contrário que acaba muitas vezes por ser um simulacro de coisas supostamente boas e resulta como alienação também...como por exemplo, pensar positivo, ser bonzinho, não dizer mal do sistema, não denunciar nada, concentrar-se no bem, "dar a outra face" etc., E manter essa estranha “fraternidade” de seres humanos, presos num mundo de competição e ego, em que, mesmo católicos ou alternativos, que continuam escravos do dinheiro, num mundo onde só o poder do dinheiro e da aparência conta e que se sobrepões a todos os valores e afectos, um mundo em que só se pensa no lucro, na mais valia, nos ordenados, no prazer ou no seu oposto, o ódio e a vingança, e essa solidariedade não é senão um reflexo desse egoísmo na desgraça e nas hecatombes…
Vê-se isso a todos os níveis. E não há classes ou elites mais conscientes; o ódio e a vingança é transversal...os partidos uns contra os outros, os professores contra os ministros, os médicos contra as farmaceuticas e vice-versa...
Promovem-se "causas humanitárias", às vezes, quando as vítimas são das guerras e das intempéries, da fome e da peste… mas se estão longe de nós... para mostrar que somos "fraternos" e porque temos medo do que nos pode vir a acontecer a nós...Sim, nunca sabemos o dia de amnhã...
Mas o que realmente vale na vida é um gesto de humanidade simples, natural, no dia a dia, um gesto de partilha ou de consolo que não existe, porque ninguém tem tempo nem paciência para ouvir ou sentir o “outro”. Ninguém se escuta a si mesmo e ninguém quer ver o seu problema e menos ainda o do vizinho…só lá longe, lá onde a gente não vê nem ouve…aí podemos ajudar “as grandes causas”. Fica bem com a nossa consciência católica, apostólica romana…
No mais, a fuga é para a frente e tudo o que se faz e move as pessoas no Sistema PATRIARCAL é puro egoísmo, vaidade, presunção e água benta…
Ilustrando o tema:
Há dias no comboio, mesmo atrás de mim, uma mulher silvava palavras de ódio e raiva e citava com prazer imenso, com devoção diria... e de cor algumas destas frases de Escrivá de Balaguer, o grande iniciador da Opus dai:
«Não te esqueças de que és... o depósito do lixo. [...] Humilha-te; não sabes que és o caixote do lixo?» (Caminho, 592); «Não és humilde quando te humilhas, mas quando te humilham e o aceitas por Cristo» (Caminho, 594); «Onde não há mortificação, não há virtude» (Caminho, 180); «Bendita seja a dor. Amada seja a dor. Santificada seja a dor...Glorificada seja a dor!» (Caminho, 208).
Este é sem dúvida o espelho da nossa miséria cultivada há milénios pelos fanáticos de todas as ordens. Como podemos falar em amor-próprio ou ter auto-estima? Como podemos amar os outros como a nós mesmos se nos ensinaram a a odiar-nos tanto, a ter medo, a obedecer aos santos e aos grandes…
E ainda mais uns conselhos sobre o uso da “nossa liberdade”:
«Obedecer... - Caminho seguro. Obedecer cegamente ao superior {...}» (Caminho, 914); «No Apostolado, estás para te submeteres, para te aniquilares; não para impor o teu critério pessoal» (Caminho, 936); «Livros. Não os compres sem te aconselhares com pessoas cristãs, doutas e discretas. Poderias comprar uma coisa inútil ou prejudicial [...]» (Caminho, 339); «É má disposição ouvir as palavras de Deus com espírito crítico» (Caminho, 945)
SERÁ QUE ESTAMOS ASSIM TÃO LONGE DISTO?
Já sei que vão pensar que estou a dar energia ao lado negativo focando-me no lado negro das coisas, e isso é verdade...eu devia fazer a diferença, e falar apenas da LUZ e da Bondade, da alegria e da pureza, da felicidade???
Mas porque não ver os dois lados da nossa humanidade? Olhar sem medo o nosso lado negro porque todos o temos e assim não ter medo da nossa sombra, nem fugir e escondermo-nos no lado oposto sem perceber que é ainda o nosso ego espiritual, o nosso ego bondoso, o nosso ego "iluminado" que muita vezes fala e simula uma verdade que não conhecemos?
"NÓS ESTAMOS TODOS NO FUNDO DO INFERNO
EM QUE CADA INSTANTE É UM MILAGRE"
Emile Cioran
2 comentários:
Belo post denunciando o perigo da televisão e dos media em geral. É óbvio que devemos conhecer, estar bem conscientes dessa realidade que nos envolve, mas sabendo sempre que há uma escolha, que podemos desligar daí, ser "dissidentes da realidade", que é possível ver outra coisa, viver de outro modo. Olhe, obtemos logo muito mais paz de espírito quando desligamos a televisão e banimos telejornais da nossa vida. É o que tenho feito nos últimos tempos, uma vez que já tomei consciência de que dali não sai nada de bom, de que os media estão ao serviço de obscuras forças de controlo que usam metódica e cientificamente o medo, aplicado em doses maciças, sobretudo através desse media poderoso que é a televisão, o novo "ópio do povo".
dESNECESSÁRIO DIZER QUE CONCORDO ABSOLUTAMENTE CONSIGO...o que nem sempre aocntece, felizmente; só fiquei com uma dúvida: maciço escreve-se assim, suponho que sim, mas eu escrevi massisso no texto a pensar alegoricamente em massa...vou corrigir.
Um abraço
rosa leonor
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