O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, agosto 04, 2015

AMA (OU FALA) A MULHER COMO O HOMEM?



O AMOR...


"O amor é um poder ativo no homem, um poder que atravessa as paredes que separam o homem dos outros homens, que o une com os outros; o amor o leva a superar a sensação de isolamento e de separação, mas lhe permite ser ele mesmo, manter sua interioridade. No amor sucede um paradoxo: o de que dois seres se tornem um, mesmo permanecendo dois."*


Quando uma mulher elege este discurso e opta por esta linguagem sentindo-se incluída como mulher no termo Homem, quando ela aceita a ideia de "O amor é um poder ativo no homem" e ela não é mencionada como ente até porque o amor na mulher é passivo...  ela desconhece por completo a sua verdadeira essência como mulher e ignora que a sua verdadeira sensibilidade assim como não sabe que a sua natureza não obedece aos mesmos ditames que a do homem, seja a que nível for.

A mulher tem uma natureza muito própria e faz toda a diferença do homem constitutivamente e por consequência psiquicamente. A mulher pensa diferentemente do homem. O homem sente diferentemente da mulher. Podem ser complementares, mas não se expressam da mesma forma.
Mas a mulher sobretudo a mulher intelectual ou que se julga emancipada, não vê que ainda continua a ser anulada como identidade e a ser aglutinada ao Homem a ser meramente incluída como "ser humano" na palavra Homem e a aceitar a designação de Homem para a incluir como apenas ser humano, seja no plano humano seja no espiritual como se mulher e homem fossem um só corpo e uma só mente, não tendo em conta que são dois, bem distintos entre si como homem e mulher. Nesta como noutras expressões ou explanações filosóficas ou teorias psicológicas e sexuais e religiosas, nunca a mulher é tida em conta nem o que à partida é a idiossincrasia da mulher que é muito distinta da do homem tanto como o é a sua psique. Por isso Freud ao fim da vida percebeu que não sabia nada das mulheres...ou acerca do que elas queriam - e as mulheres continuam a ignorar esse facto pois nem elas sabem de si...
Querer  nomear a mulher como igual ao homem e dizer que somos apenas seres humanos e anular a designação de Mulher como participante de algo, como representante de algo, como objecto de acção em si e por si, como se se apenas de um par se tratasse, ou menos do que isso aliás, como se a mulher não passasse de um par-complemento do homem e tomar um momento especifico da sua vida, o casamento e a maternidade, digo uma fase x, em que ela é vista unicamente como uma pertença do homem (o que foi desde há muito  e é ainda assim que o homem vê a mulher não só anulada nas suas características como a ser aglutinada ao Homem), e não vista como um individuo separado e livre como devia sê-lo e portante independentemente de ser a mulher do amante, do marido ou mesmo dos filhos a filosofia patriarcal é o que expressa - a sua anulação como ente - quando a não denomina como ser  e assim a anula na linguagem para a tornar apenas apêndice do homem porque ela vive de facto e apenas em função do Homem e do amor do homem e do amor do deus Homem. Isto é o patriarcalismo...o domínio do Pater e do filho na linguagem falada.
Não havendo Deusa ou Principio Feminino activo, não há Mulher e assim o que vemos é a forma como a sociedade patriarcal ainda hoje e pela voz dos seus melhores arautos (escritores filósofos e cientista ou místicos) a continuam a aglutinar ao Homem nos seus discursos e manuais sem ter em conta a natureza especifica da mulher...

É por tudo isso que chegamos ao descalabro social de a mulher pensar que é "igual" ao homem ou que tem o mesmo tipo de sexualidade tornando-se tão libertina, desenfreada  ou obcecada por sexo como ele - sofrendo tudo o que sofre e sujeitando-se como se sujeita ...porque o homem vive da posse e do abuso sobre a mulher desde sempre e continua a fazê-lo e as mulheres intelectuais negam-se a ver esta realidade branqueando-a.

Chegamos ao ponto de a mulher querer andar de seios nus na rua, tal como o homem e alegando que isso não faz diferença, que não há diferenças... - como se amamentar um filho nada fosse - como se o seu corpo fosse apenas um objecto material e físico de dar e tirar prazer etc. Muita loucura a mulher comete por não se ter em conta como individuo diferente do homem e com uma sensibilidade muito própria e uma essência completamente inerente à sua condição de Mulher...Não falo da condição social ou económica apenas como é óbvio que isso é bem outra coisa, mas da sua condição natural de Ser ligado a natureza e aos ciclos da lua, por exemplo...
O nosso maior drama  foi a mulher  tomar-se pelo homem e não ver como a sua natureza Mulher ontológica difere da do homem ontológica também.
A verdade é que as mulheres teimam em não querer ver como são esvaziadas de sentido em si mesmas...anuladas como seres individuais com as suas próprias características de Ser Humano mulher diferente do Ser humano homem...

rlp

*Citação
In: AS CONTINGÊNCIAS DO AMOR E A DISSOLUÇÃO DA ALTERIDADE AMOROSA NO CAPITALISMO AFETIVO de Erich Fromm

2 comentários:

Ná M. disse...

A mulher (de verdade ) tem diversos poderes inclusive o de encantar o homem ! Não esse encantamento que hj as mulheres pensam que é bonito, como se sexualizar ou ter comportamentos promíscuos, isso nada mais é que uma armadilha que a desvaloriza, a fere, trai a ela mesma .Enquanto as mulheres "livres" de hoje forem inconscientes vão agir como bobas e fazer a alegria daqueles que as odeiam ... A mulher dos tempos da Deusa era sábia, conhecia seu poder e usava para o bem dos homens, de si mesma, do amor....

rosaleonor disse...

A mulher dos tempos da Deusa era sábia, conhecia seu poder e usava para o bem dos homens, de si mesma, do amor....


é isso...bonito Ana!
obrigada
rlp