O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, outubro 31, 2016

SOBRETUDO NÓS AS MULHERES...



Nos identificamos com o superficial e o supérfluo


A capacidade do ser humano para a adaptação é tão grande que somos criativos  ao ponto de aceitarmos a violência na  nossa própria carne, dando-lhe a forma que advêm de filosofias e opiniões.  Inclusivamente  identificamos-nos com estas criações mentais e até podemos agredir  alguém que se questiona. Se, além disso, também lhes damos forma de arte e criatividade, podemos até pensar que por isso somos superiores estética, moral ou intelectualmente.
Neste caso refiro-me tanto às mulheres que defendem com armas e dentes as  estéticas violentas e ofensivas para os seus corpos e espíritos, como os seres humanos em geral que defendem formas de  se escravizarem em prol dos estados, nacionalismos ou deuses inventados por nós mesmos. Ou as que abraçam sucedâneos de amores para fugir à intimidade. A forma que toma a violência interiorizada, simbólica pode ser múltipla.
Por de trás de tudo está uma grande traição a nossa essência e autenticidade. Uma traição à real criatividade subjacente no fundo de todas as formas. Mas às vezes,  foi  tão dolorosa a nossa experiência, que é melhor nos apaixonamos como o Narciso da nossa imagem em vez de amarmos a nossa essência. Nos identificamos com o superficial e o supérfluo.

Ana Cortiñas - psicóloga

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