O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, outubro 23, 2016

A FALTA DE PROFUNDIDADE



A FALTA DE PROFUNDIDADA DAS MULHERES 
ADVÉM DA SUA FALTA DE CONSCIÊNCIA DE SI... 

Uma das coisas que mais me tem chocado por assim dizer, ao longo destes últimos anos de contacto com mulheres que dizem e que falam do feminino sagrado - que defendem praticas e seguem mestras ou facilitadoras e xamãs  - sim, falo quase sempre no feminino - que seguem "escolas" e fazem cursos de tanta coisa...e apesar de tanta teoria e tanta informação dispersa ou não, o que me choca mais, dizia eu,  é a falta de profundidade e de pensamento próprio, original e a falta de discernimento e de visão global do mundo; Elas repetem chavões e frases e citam autoras e defendem mistérios e caminhos ocultos e tantRa coisa mas sem nenhuma humanidade, sem nenhum sabedoria vinda de dentro, porque sem coração...
Esta onda de Feminino Sagrado está a ser aproveitada, tal como foi o Feminismo foi pelo patriarcado, pela rama apenas e sem o aprofundamento devido,  por parte de muitas mulheres que vão na onda só por ir, como se tratasse de mais uma moda e por isso aproveitam-se apenas do movimento e acabam  desviando-se do seu propósito original e das suas raízes  para se afirmarem à conta de algo que dá lucro...
E isso  acaba por se verificar sempre no desrespeito pela outra mulher e na prepotência do seu "saber" e na pesporrência e na arrogância de se sentirem superiores. Elas ficam cegas como se fossem donas de alguma coisa, como se  fossem detentora da verdade ou da cura, ou como se se pudesse chegar a algum lado sem a humildade necessária inerente a verdadeira essência do conhecimento ancestral...
E não só não têm esse  saber ancestral como são aculturadas pois lhes falta um conhecimento razoável da história das mulheres, e de si mesmas não possuem sequer um conhecimento psicológico elementar, e por isso não têm qualquer capacidade de fazer uma auto-análise, nem fazer a devida  introspecção do seus actos;  e porque lhes falta essa capacidade de se ver e rever e por em causa...a cada passo,   não possuem  estrutura para transmitir seja o que for a outras pessoas, pois não fazem mais do que projectar as suas confusões e ignorância própria...
O que eu vejo é que há de facto muito poucas mulheres maduras e sérias por aí, mulheres com estrutura interior e equilíbrio emocional capazes de difundir com consciência de si um qualquer propósito ou saber sobre a mulher para a poder ajudar, quanto mais ensinar ou formar outras mulheres no caminho da Deusa.

Sei no entanto que há mulheres fiáveis, conheço-as, que estão  a fazer esse trabalho com seriedade e aplicação. Com provas dadas e experiência de vida e que o manifestam no respeito e no reconhecimento de outras mulheres.
Sim, há poucas referências de mulheres em Portugal que sejam de confiança, mas há sem dúvida  mulheres dignas que fazem um trabalho sério e fiável. Tenho em conta meia dúzia dessas mulheres que conheço mas admiro como haverá outras que não conheça, também mulheres sérias e maduras e com trabalho feito e de uma verticalidade humana, indispensável. Porém, as que encontro por aqui na Internet em  Blogs e proliferam em grupos no Facebook, quase sempre são mulheres sem nível ou educação, e sem carisma...sem a tal profundidade, que caracteriza a Mulher Essência, aquela que está em contacto com a sua alma, que a exprima de coração...e que não se vende, nem se promove...

E quando eu falo de profundidade na mulher, falo da sua ligação a si mesma e a esse fundo abissal de onde ela traz o saber, e transmite algo de essencial dela às outras mulheres... e não apenas de conhecimentos adquiridos...ou ideias muito bonitas sem substância e que não servem para nada senão para se enganarem umas às outras, muito estilo New Age...misturadas com canalizações, anjos arcanjos e planetas distantes. 

Quando falo de cultura e consciência psicológica, falo dessa necessidade natural de a mulher ter uma visão de si tanto interior como exterior de forma a que nela haja estrutura psíquica e emocional e equilíbrio, sinceridade e verdade dentro da nossa realidade...Não na representação de papéis nem máscaras de santas iluminadas e sábias e que de sábias não têm nada...Essas mulheres são   na sua maioria mulheres exaltadas ou fanáticas  que apenas copiarem modelos do passado  estão a mimetizar mulheres de saber ancestral e outras que sabem e fizeram caminho, mas que apenas decoram os textos e rituais mas que não integram nada ao nível das suas próprias vivências.
Por isso para mim hoje em dia qualquer mulher que se exprima apenas em coerência de si e em ligação com a sua experiência de vida e não pelas teorias, sejam elas antigas sejam elas modernas a mim  É O QUE MAIS ME FAZ SENTIDO. Porque o que ressoa em mim e em mulheres de verdade  é a verdade sincera de cada uma na sua vida AGORA e a partir do seu centro, do seu coração e não o debitar teorias e coisas muito bonitas acerca do "feminino sagrado" ou do além ou do passado, o do que quer que seja que agora é mais moda do que realidade e quase sempre só virtual...

rlp

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