UMA REFLEXÃO DIFICIL...
CIRCULOS QUE SÃO LABIRINTOS...
Tenho de admitir que sem duvida alguma nem todas as mulheres que se dizem no caminho da Deusa ou dizem servir a Deusa estão prontas ou são capazes de se expressar e olhar para si com uma percepção mais aguda de si mesmas indo ao mais fundo do seu Ser Mulher na busca de um sentir mais vasto sobre a sua Natureza profunda. Infelizmente falta muita profundidade e introspecção às mulheres "new age"...falta muito coração e discernimento às mulheres da Roda. O que dá em competição constante disfarçada de boas intenções, muita inveja camuflada, muita rivalidade e ódios entre si cobertos de mantas e trapos...Círculos que fomentam sofrimento e dor, manipulação, cobranças e faltas enormes de carácter que acabam em separação brutal, umas contra as outras. São ou mulheres muito jovens que andam a brincar as bruxas, mas sonham como príncipe encantado ainda ou mulheres mais velhas manipuláveis e manipuladores, sem estrutura psíquica, ou mulheres infantis, complexadas quase todas, mulheres cheias de preconceitos e medos, tudo porque não se querem ver ao espelho e todas se julgam já muito sabedoras com umas tinturas de qualquer pratica estrangeira...sim, coisas sem pés nem cabeça e que não tem lugar na nossa vida diária nem fazem parte da nossa cultura ou tradição...No meio disto tudo há digo sempre e realço mulheres bem intencionas e sinceras, mulheres autênticas e que fazem a diferença...
O problema é muito vasto...e doloroso, difícil de diagnosticar...difícil de ver a olho nu...
Vamos tentar ver um pouco mais claro e fundo isto...
Que tipos de mulheres somos?
Há à partida dois ou três tipos de mulheres na nossa sociedade actualmente.
As intelectuais que sabem bastante de factos, ciência e filosofia e tecnologia...que têm uma certa cultura geral através de todo e qualquer tipo de informação mental, mas que não aprofundaram nada d seu ser mulher, da sua intuição nem da sua psique e nem sequer diria da sua sombra e menos ainda da sua alma que mal entendem o que seja...como se isso fosse uma coisa abstracta tão longe dela estão...E há outro tipo de mulheres que começaram a fazer esse trabalho indo um pouco mais fundo no seu sentir e intuição, o de seu aprofundarem através dos mesmos meios, quiçá filosofia religião ou yoga, viradas para si e mais para dentro de algum modo, mas que também não chegam ao centro ou ao amago da questão. E depois há as ditas mulheres comuns, só religiosas, ou as mulheres que se identificam apenas com um deus e a fé cristã ou outra (Buda, Khrisna ou Maomé) e buscam um caminho espiritual só por si e sem que o seu ser mulher nisso seja uma prioridade ou sequer esteja em causa - normalmente é o que faz a religião em geral, aliena a mulher da sua identidade quer castigando-a acusando de pecadora ou colocando-a ao serviço do senhor seu deus e marido-filho etc. como mulher santa e ideal.
Depois digamos aparece um outro tipo de mulheres que são neste momento em grande percentagem nestes meios - as mulheres que se buscam dentro da ideia superficialmente difundida do feminino sagrado - através de uma abordagem new age -, em que tudo é abordado pela rama sem consistência nem profundidade e raramente com bases sérias de um conhecimento baseado da história do que foi o desvio histórico cultural que projectou as mulheres no Sistema patriarcal como seres secundários e objectos de prazer ou de reprodução ao serviço da sociedade e do homem. E isso é aceite tacitamente por elas, e onde se situam ainda e portanto sem fazer a diferenciação do que era a Mulher autónoma e livre de antes - numa perspectiva matriarcal digamos - fazendo uma mixórdia de conceitos e ideias optando por uma forma de viver (antiga) e negando outra (a real), que é a atitude mais comum, e que corresponde à das mulheres que acabam por seguir estas vias do dito "feminino sagrado" sem terem consciência alguma da sua cisão e da sua divisão secular entre a santa e a puta; elas defendem essa cisão (criando a mesma separação entre as mulheres) como sendo deusas diferentes, Atena, Afrodita e Hstia etc. sem consciência nenhuma de facto do que é a Mulher integral ou de Liith, a mulher inicial, mesmo falando dela, como os papagaios.
Quase todas elas vivem e convivem de forma superficial entre si, sem se darem de coração e alma aos ditos "processos" que mais não são do que a repetição de conceitos e preconceitos velhos pintados de novas cores baseados nos mesmos tabus e crenças das religiões antigas ou estrangeiras, apenas mascarados de roupagem novas, supostamente de mulheres em circulo; No fundo as mesmas regras patriarcais e dogmáticas sobre a identidade da mulher, as mesmas lutas e competição e marcando a sua divisão secular, como ainda sendo as boas de um lado e as más do outro...as que pecam e as que se salvam...as que são orientadas para servir o homem e o seu deus de qualquer forma...e ponto final nesta trapalhada toda.
RLP
2 comentários:
Trabalho difícil, não nos é ensinado em lado nenhum,ser mulher inteira! !
Tem toda a razão - é uma verdade incontornável, ninguém nos ensina a ser Mulher Inteira...nem ninguém fala da cisão milenar da mulher ...mas estamos nós aqui a fazer o caminho...e a tentar sair do labirinto!
Obrigada pelo seu comentário...
rlp
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