O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, fevereiro 14, 2020

A EUTANÁSIA



EUTANÁSIA - DEPOIS VÃO QUERER MATAR MAIS...


“A experiência dos Estados que legalizaram a eutanásia revela que não é possível restringir essa legalização a situações raras e excecionais; o seu campo de aplicação passa gradualmente da doença terminal à doença crónica e à deficiência, da doença física incurável à doença psíquica dificilmente curável, da eutanásia consentida pela própria vítima à eutanásia consentida por familiares de recém-nascidos, crianças e adultos com deficiência ou em estado de inconsciência.” Pedro Vaz Patto


A FALTA DE CUIDADOS PALIATIVOS E AFECTIVOS...


"Os doentes que solicitam a eutanásia estão frequentemente deprimidos ou sob o efeito de outra doença afetiva tratável, o que dificulta a avaliação e a decisão quanto à sua capacidade de tomada de decisões.
Walter Osswald a este propósito afirma que “na realidade, e na perspetiva da ética personalista, a eutanásia nunca é uma solução, dado que nenhuma pessoa nas suas plenas capacidades cognitivas e emocionais desejaria morrer. Assim, quem pede a eutanásia não quer viver naquela situação específica, pelo que se trataria apenas de um grito de desespero quanto à vida que está a ser vivida” .
Aqui novamente percebemos que é o estado do sofrimento não tratado, que leva a um desespero e a insuportabilidade da situação. Ou seja, questões de ordem psíquica como acolhimento e cuidados afetivos, ajudam a suportar o quadro clínico e a fomentar a esperança no tratamento. Torna-se importante termos consciência de que para além dos cuidados médicos que são necessários e indispensáveis, são necessários também os cuidados afetivos, já que estes alimentam um estado de ânimo fundamental para enfrentar o processo de adoecimento e morte."
A.M.E

A EUTANÁSIA - UM paradoxo existencial

"De tal forma era temida a morte repentina que podemos ler numa ladainha dos Santos daquela época «De uma morte repentina livrai-nos Senhor». Mas, na época atual, a boa morte é aquela que chega de repente, aquela que chega sem avisar. Na verdade vivemos como se a morte não existisse. Quando nos deparamos com esta inevitabilidade, não a suportamos e chegamos ao ponto de a querer antecipar. Cria-se assim um paradoxo existencial. E é nesse contexto que surge o conceito de eutanásia como a morte intencional de um doente, a seu pedido (firme e consistente), através da intervenção direta de um profissional de saúde, pressupondo-se a livre expressão da vontade individual."

in associação medico espirita

Sem comentários: