O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, março 26, 2004

“ Deus é o silêncio do homem
e o homem é o grito que dá sentido a esse seu silêncio”.

J.Saramago

“O AMBIENTE DE MEDIOCRIDADE EM QUE VIVEMOS É ASSUSTADOR. ESTOU DE FORA, MAS VOU LENDO OS JORNAIS E O QUE VEJO É TÃO BAIXO...DIRIA MESMO, DE FORMA VEEMENTE, RELES”
J.Saramago

“A TERRA É PEQUENA MAS A GENTE QUE VIVE NELA TAMBÉM NÃO É GRANDE” - Almeida Garrett

Temos que começar a uivar, como nos incita Saramago no seu ultimo livro, talvez não como cães, mas como Lobos (para não chocar as nossas “virgens ofendidas” - como tão bem M. Sousa Tavares designou alguns comentadores políticos que se insurgiram com M. Soares por defender o “diálogo com os terroristas”- como é o caso de José M. Fernandes, director do Público que reage à entrevista de Saramago por se julgar certamente um arauto optimista do Reino da Mentira a que ele pertence e temer assim perder o seu poleiro!). Esse uivar equivale à consciência individual que falta a todos os políticos e mesmo jornalistas...Chamemos-lhe consciência de si enquanto SER HUMANO...ou aquilo a que corresponde o que povo diz "meter a mão na consciência"...e eles não querem fazer!

Uivar pois como os Lobos...que estão sendo perseguidos por caçadores furtivos e ameaçados por cães de fila e em risco de extinção neste reino democrático putrefacto e decadente ...
É nesse sentido que é preciso uivar para libertar o Instintivo e Natural da mentira dos Media ao serviço dos patronos e políticos e as suas cores, as multinacionais que regem o mundo. Os cegos que conduzem cegos...ao som do vil metal...
Além de premonitória, a entrevista (não digo o livro porque ainda não li) é um retrato lúcido da nossa realidade local e mundial e só os medíocres e imberbes rejeitam a sabedoria e o conhecimento de pessoas lúcidas e que viveram o século e que tem coragem de dizer verdades sem medo, perante os que continuam a defender a imbecilidade e falácia e que se erguem "acima das massas" ( que reduzem à imbecilidade) e não vêm o que se passa na terra, por convencimento arrogante e falso optimismo de soluções e ideias caducas! Tudo por dinheiro e prestígio ou mero protagonismo televisivo, negam a agonia e estertor de uma falsa democracia que nos esmaga a todos.
É preciso repensar a democracia e a política, assim como os meios de comunicação antes que seja tarde demais...Com Espanha e Aznar vimos a mentira e a manipulação política dos meio de comunicação assim como por cá acontecia e acontece o mesmo todos os dias...

A verdade é que já não se trata de políticas nem de partidos. Por isso o apelo ao “voto em branco”. Já não se trata de revoluções nem convulsões sociais e ideológicas, mas de uma Revolução das Consciências ao nível individual e isso é o que tem de extraordinário este homem que o afirma e segue a rota da sua lucidez sem se vender a ninguém, no panorama reducionista dos partidos e das ideologias decadentes e ultrapassadas seja à direita seja á esquerda.
A sabedoria não é para todos...sobretudo para os vendidos à mediocridade do “policamente correcto” ou seja: ao que lhes convém para manter o “tacho”...

OUTRA VEZ MELUSINE...

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