O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, março 08, 2004

EMILE CIORAN - O GRANDE FILÓSOFO IGNORADO...

"Cioran passou quase ignorado/odiado, como todos os que se adiantam de alguma forma à consciência representativa do tempo em que vivem. Estes excertos são magistrais de lucidez e profundidade, remetem-me num ápice para a GRANDE MENTIRA que nos contamos através da história oficial. Como um ser coberto de mil véus, o principal dos quais será a acanhada consciência e o intento manipulatório de quem "fornece" a história pronta a digerir, a percepção da nossa caminhada anterior caminha connosco de forma falseada, dirigindo o nosso presente e o nosso futuro com base em falsas premissas. Sempre senti o vazio histórico como a ausência do relato do que de verdadeiro e importante se passou. Essa verdade essencial histórica pulsa em mim e no resto da humanidade, como um gene gigante e latente. Mirar-lhe a face pressupôe, seguramente, caminhos até hoje pouco desbravados...E o relato histórico tradicional tem aí, na minha opinião, um papel apenas secundário!"

Mariana Inverno

Sem comentários: