O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, setembro 18, 2004

Kuan yin
A Salvadora Compassiva


As pessoas normalmente falam para Deus ou para uma parte luminosa do seu ser, desconhecida à partida. Qualquer criatura por mais embutida que seja tem disso uma clara ou vaga percepção. A oração é isso. A evocação do sagrado em nós recorrendo a uma imagem ou arquétipo que é activado pelo transporte – necessidade individual de atingir esse outro lado do nosso ser supostamente inatingível. Isso seria no meu intuir o que os egípsios quereriam significar por “criar afinidade com o nosso Ka” ou Duplo...
Esse outro lado de nós, que crentes e não crentes, procuramos desvendar e atingir através das formas mais variadas ao nosso alcance, seja na sexualidade como busca exclusiva do orgasmo (a que vulgarmente chamamos amor...) nas drogas, no alcóol ou qualquer outro meio e excesso, seja na meditação e mantras, flagelações ou devaneios místicos... ou mesmo na simples oração...
Daí que todas as fés e credos, quando verdadeiros e individualizados accionem as mesmas e idênticas experiências místicas nos que são sinceros e os mesmos desvarios de horror nos fanáticos que não têm acesso a esse interior. Só a veracidade e ressonância do apelo do coração faz a conecção com esse lado oculto de nós próprios – dependentemente da projecção que se faz ou da ideia alargada que se tem de um deus ou algo que nos transcenda - nos permite atingir tais estados. Tudo depende da nossa total sinceridade e da nossa vigilância face ao nosso ego – discernimento entre persona e e essência - que quer sempre por orgulho (ego) fazer-nos maiores ou mais humildes do que somos à partida e aí é que está o maior perigo dos caminhos e crenças e mesmo práticas, que geram antagonismos e ódios, quando não têm acesso à experiência pura de AMOR que habita cada e todo o ser humano.
Toda a fragmentação e luta do ser humano contra outro ser humano na dicotomia mal e bem, homem e mulher, é ainda o espelho dessa desunião interior dos dois lados de cada ser e reflexo da separção de que todos sofremos à partida e que as cosmogonias chamam a “queda” ou cisão dos seres (“castigo” e saída do Paraíso), e que divide o mundo em facções contrárias e que começam sempre em cada ser ao desconhecer a sua totalidade.

As experiências místicas e que nos elevam a Consciência a um Deus maior que somos nós próprios, situam-se a meu ver nessa relação interior entre um lado mais ou menos conhecido a que chamamos “eu” (inferior) e o outro lado desconhecido a que chamamos deus ou espírito, (eu superior) e que nos permite nessa possível e pressentida fusão, sentir o êxtase ou completude do nosso ser e que consideramos à partida estados “exteriores” transcendentais (vindos do céu...) separados da nossa realidade humana, mas que na verdade são respostas à nossa intenção e ao nosso fervor e sinceridade – na aplicação da nossa vontade consciente - de algo que já existe dentro de nós e é activado pela oração ou devoçãoe faz a alquimia interior... Trata-se de certo modo de uma mudança de frequência, acesso a “estados alterados” – face à mente comum - e que não são mais do que vislumbres do nosso potencial e verdadeiro Ser a atingir, numa realização verdadeiramente humana e que a religião – re-ligare – instituida impede através do dogma e do preconceito, criando medos e distanciando o indivíduo da sua própria essência colocando um deus temeroso e castigador acima de nós e inatingível a que é preciso pedir perdão da nossa miséria e rezar de joelhos e em sacrifício...
O deus dos fundamentalismos, a ocidente ou a oriente, que prometem o céu e matam na terra.

As religiões são a antítese da realidade interior, do amor e da paz que pregam! São a origem da contenda e da divisão entre os seres humanos! São na maior parte das vezes a origem das Guerras que assolam o Planeta!

R.L.P.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ora, para saberes quem é verdadeiramente Kuan Yin , a Grande Deusa do Portugal Universal, agora A Grande Deusa de Orvonton lê "O Livro de Portugal" de coração aberto e sem preconceitos:

http://sapal.jconserv.net/viewtopic.php?t=63&start=210

Liz