O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, setembro 07, 2004



Tanto o homem como a mulher têm de integrar o seu Feminino, esse aspecto que a mulher representa mas ao qual nem ela própria é hoje fiel. A mulher é actualmente um ser deformado devido ao facto de o homem a ter subjugado, dividido em duas...
R.L.P.


O MEDO DA MULHER COMO SOMBRA...

Quanto mais consciência de si mesmo como um todo o ser humano tiver, e isso passa imprescindivelmente pela integração do seu inconsciente, mormente enquanto SOMBRA, mais fácil será o trabalho do indivíduo no caminho da auto-realização...Contudo, a dualidade vivida ao nível do Bem e do Mal e de uma moral e religião milenar, gerando permanentemente antagonismo e luta entre esses dois lados dentro do nosso ser, sem qualquer compreensão do par de opostos que se manifestam dentro de si mesmo, na busca do equilíbrio, traz graves distúrbios não só psicológicos, como sociais, porque é comum querermos ser bons ou ver só o lado "bom" das coisas. Ou queremos só um lindo dia de sol e nada do frio e escuro da lua...

Para além do grave atentado que as Igrejas fizeram à mulher ao longo dos séculos, associando-a ao lado diabólico e perverso da vida, perseguindo-o e amordaçando-a a preconceitos e medos sobre os seus desejos legítimos e sobre a liberdade do seu corpo, ainda hoje ameaçada pelos católicos radicais de extrema-direita, permitindo-lhe apenas a procriação como "redenção" e a obediência às suas leis e instituições.

Abomino todas as religiões e políticas que assim procederam, como hoje em dia o dito "positivismo" (o pensamento!) tão vulgarizado pelas "alternativas" ainda de infuência patriarcal, que exclue o "negativo" - o outro lado de nós que por acaso é o feminino...sendo o masculino o positivo...Como se um pudesse existir sem o outro! O equilíbrio de toda a existência nasce da junção dos dois, embora só a luta consciente dos dois em si mesmo seja o caminho para a integração dos polos opostos e completares que permitirão o acesso a uma frequência vibratória mais elevada e ao nível do cosmos...
Mas o pior é que sem a ligação dos dois em um e dentro de nós mesmo náo há LUZ que nos valha!
Voltamos à questão das fichas ligadas à corrente elétrica...esta só passa se houver uma ficha macho e uma ficha fêmea...Não era incrível ligar as duas dentro de cada ser sem ter que andar por aí aos tombos (fall in love) para sentir a corrente do Amor e da Vida? O Amor que se impõe acima de tudo e que não se resume a macho e fêmea...mas a um ser uno e livre. Que tanto pode amar mulheres e homens independentemente do seu género...

DESCARREGANDO A RAIVA SOBRE AS MULHERES,
É O QUE OS HOMENS FAZEM, POR ISSO AS AGRIDEM E MATAM...


(...)"Mas uma dificuldade diferente e mais decisiva consiste na ignorância generalizada da própria sombra, isto é, do aspecto inferior da própria personalidade, que é constituída, em grande parte de complexos reprimidos. Acontece muitas vezes que a personalidade consciente se volta com todas as suas forças contra tais conteúdos, descarregando-os sob a forma de projecções sobre os seus semelhante.

Só vemos perfeitamente o argueiro no olho do nosso irmão e não enxergamos a trave que está no nosso próprio olho.O facto de sermos muitas vezes acometidos por uma cegueira sistemáticaem relação aos nossos próprios defeitos revela-se extremamente prejudicial
(...)


in. Psicologia e Religião Oriental
C.G.JUNG

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