QUANDO EU AINDA VIVO TU DEIXASTE DE AQUI SER.
DESCANÇA MEU IRMÃO NO INTERIOR DO INVISÍVEL...
ATÉ QUE O FOGO DERRETA O VÉU QUE NOS SEPARA.
Sê a lâmpada, o barco salva-vidas,
a escada.
Sai de tua casa e, como o pastor,
ajuda a curar a alma do teu próximo.
Entra no fogo espiritual
e deixa-te calcinar.
Sê o pão bem assado, sê o senhor da mesa.
Vem, sacia teus irmãos.
Tu, que tens sido a fonte da dor,
sê agora o deleite.
Viveste como uma casa sem alicerces.
Sê agora o Um que perscruta
o interior do invisível.
Assim que me calei,
uma voz chegou aos meus ouvidos:
"Se te tornas isto, serás aquilo".
Silêncio!
E depois, mais silêncio.
Não uses a boca para falar.
A boca é para provar dessa doçura.
O fogo que derrete o véu
Atenta para as sutilezas
que não se dão em palavras.
Compreende o que não se deixa
capturar pelo entendimento.
Dentro do coração empedernido do homem
arde o fogo que derrete o véu de cima abaixo.
Desfeito o véu,
o coração descobre as histórias do Hidr
e todo o saber que vem de nós.
A antiga história de amor
entre a alma e o coração
regressa sempre
em vestes renovadas.
Ao recitares "sol"
contempla o sol.
Sempre que recitares "não sou",
contempla a fonte do que és.
RUMI
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