A MADONA
NATÁLIA CORREIA
“Tu não raciocinas como um ser biològicamente feminino. A tua razão biológica está desnaturada pela mulher que os homens fizeram de ti. Um espelho da sua glória. Tudo isso está gasto. O homem percorreu-se em todas as direcções do seu génio e o máximo que conseguiu extrair dos miolos foi a fórmula de auto-destruição. Hoje sabe que caminha deliberadamente para cruz. Entretanto as mulheres, privadas do desvario do poder - o monstro que se devora a si mesmo - economizaram as energias que a natureza lhes confiou. E romperam poderosas como uma selva virgem. Ah, como é terrível pensar que esse ímpeto pode culminar numa explosão de raiva. Porque a frágil feminilidade de que tanto te orgulhas foi um lento espumar de vinganças. Eu aviso-te, Branca. O teu coração é um deserto sedento do sangue do homem. Tu dás-te para destruir.
(...)
- Não és uma verdadeira mulher. Se o fosses saberias que és mais velha que o homem."
- Não és uma verdadeira mulher senão não eras ainda tão escrava nem te confundias com um sexo, nem te deixavas vender nem comprar, ainda que para isso LUTASSES ATÉ À MORTE...
O TRÁFICO DE MULHERES NO MUNDO É CADA VEZ MAIOR
E PASSA POR PORTUGAL...
"Tu, que és parte de mim mesma, esqueceste o lugar que te gerou. Tomaste um rumo avesso e contrário e renegaste quem te criou.
"Eu sou Senhora do sangue sagrado. A meretriz dos sucos vaginais. Sou aquela que encarna o pecado e habita as grotas infernais. Fui eu que te dei o desejo que desenhei no teu corpo todos os riscos do sexo. Fui eu que te embalei nos braços e disse a todas que eras mulher. Sou eu que ainda te guio nos descaminhos que inventaste. Sou eu que sustento as violações de um corpo que mutilaste. Tu, que és parte de mim mesma, esqueceste o lugar que te gerou. Tomaste um rumo avesso e contrário e renegaste quem te criou. Mas tu és lua, mulher e loba, e serás assim até o instante final. Não serás ferida, porque és cura. Não será dor, porque és prazer. Não serás culpa, porque és vida. Não serás certeza, porque és abismo!"
(Fragmento de texto retirado do livro: A panela de Afrodite - Márcia Frazão)
Marian | Email | Homepage | 03-06-2005 18:45:23
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Obrigada Marian. Não lhe respondi por duas razões: uma porque estive sem Pc durante uns dias e outro porque o sistema de comentários não assinala nada...e por isso está tudo a 0...
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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