dos anjos? e mesmo que me apertasse
de repente contra o coração: eu morreria da sua
existência mais forte. Pois o belo não é senão
o começo do terrível, que nós mal podemos ainda suportar,
e admiramo-lo tanto porque, impassível, desdenha
destruir-nos. Todo o anjo é terrível.
E assim eu me reprimo e engulo o chamamento
dum soluço escuro. A! de quem poderíamos
nós então valer-nos? (...)
Todo o anjo é terrível. E contudo - ai de mim! -
eu vos invoco com meu canto, aves quase mortais da alma,
por saber quem sois vós.
(...)
(Primeira e segunda elegia, de Rilke)
“Gosto desta ideia hindu segundo a qual podemos confiar a nossa salvação a outra pessoa, a um “santo” de preferência, e permitir-lhe rezar por nós, de fazer seja o que for para nos salvar. Isso é vender a alma a Deus...”
E. CIORAN
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