O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, maio 04, 2007

A DEGRADAÇÃO DA MULHER NO CINEMA (QUE ODEIO)

O Carteiro toca duas vezes...?
... A mulher que o cinema e a moda projecta, mesmo no cinema de "qualidade" não passa, regra geral, de um instrumento usado para instintos e intuitos os mais baixos e puramente sexuais comerciais; a mulher serve exclusivamente a imagem que o realizador ou o estilista projecta dela (ou dele?), o seu imaginário do feminino, a sua ficção da mulher.
E o mais grave é que é a partir desse imaginário redutor e deturpado do homem que ficciona a mulher dos seus sonhos ou dos seus pesadelos, que a mulher comum vive, traindo a sua verdadeira natureza que desconhece! Que desconheça a sua essência e aceite ser exposta como gado nas feiras do sexo ou nas passereles...e não se importa de ser a ninfomaníaca, a prostituta, a sedutora, mulher fatal e submeter-se a toda a espécie de cenas degradantes para ser uma estrela e ganhar o oscar...

O "cinema", seja drama ou comédia, impôs à mulher uma sexualidade mecânica e vazia que não é sequer a dela! A sensualidade da mulher é bem diferente do erotismo masculino...as suas naturezas são opostas...e complementares, mas a sociedade materialista fê-los iguais, ou melhor fez da mulher homem...

Que o homem use a mulher como sempre o fez e a faça fazer os papéis que ele quer ou sonha, que seja seu agente ou gigolô eu compreendo, mas que seja a própria mulher a defender aquilo que é o imaginário masculino isso a mim custa-me. Custa-me que a mulher aceite toda essa degradação do seu ser, que ache normal haver essa divisão dela mesma, que essa divisão reflicta de um lado a amante quase sempre considerada a puta e do outro a esposa, vista como a mulher séria...

E todos os dias as mulheres em casa, na rua, na sociedade, nas telenovelas e óbviamente no cinema seja inimiga da "outra" e a destrua é uma luta antiga e estúpida de um Mundo fracturado em duas metades em que o homem as dividiu para reinar...e o que mais gosta de ver na tela é duas mulheres a arrancar cabelos uma à outra por causa dele...

Que as mulheres que se julgam inteligentes e modernas perpetuem esse estado de coisas é que me indigna. Que não tenham consciência da sua divisão interna e externa e vivam coladas a ídolos (do grego: "figuração de uma falsa divindidade") do cinema que os homens criaram delas, isso, deixa-me perplexa e revoltada. R.L. P

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