O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, julho 11, 2008

hoje acordei assim...


Há dois dias que não escrevo nem posto nada de novo aqui...deixei a vastíssima Hecate com que me identifico hoje mais do que com Perséfone...Nunca me identifiquei com Deméter, talvez por não ter sido mãe...Sei contudo que isto parece mito...ou história do passado, uma história que explicava os meandros da psique humana que ficou nos tempos modernos por conta de Freud e vejam no que deu...só sexo...a seguir à época vitoriana...

Depois Carl G.Yung zangou-se com ele e fez a diferença. Ele mesmo foi pegar os velhos mitos e arquétipos para lá do complexo de Édipo e assim chegou bem mais longe... Mas continuamos no impasse...continuamos entre dois mundos ou duas realidades...da psique continuamos a saber muito pouco e as crenças são o que predominam: de um lado cremos em deuses e do outro sabemos uma série de coisas, mas afinal acaba por nos dominar a mais pura ignorância e os limites para atingir outros planos de consciência.

Andamos agora quase todos à volta das energias e do cosmos, de canalizações, de terapias, meditações e mantras...

Mas a verdade é que continuamos a viver entre dois mundos...um real e outro...imaginário... seja lá o que for o imaginário, porque nada me prova que não são fantasias minhas todas as ideias que tenho de outros estados de consciência e de dimensões e mundos e das maravilhas ou desastres que se anunciam....

Pedem-me para acreditar na minha intuição, na minha alma ou no meu coração...mas por vezes é esta realidade a única coisa que me condiciona e oprime...os meus sonhos e crenças debatem-se com este lado de cá...Não sou alienada nem alieningena, nem quero fugir a esta realidade prática e tangível. Não quero ser boa nem má, antes pelo contrário...

E se há uns dias em que tudo parece possível a curto prazo ou ver um ovni coisa verosímel, e em que a transcendência, amor e a fraternidade são um facto, no outro...vejo a tremenda falsidade dos homens...vejo a ilusão de tudo ou só vejo a tremenda hiprocrisia humana e a mentira à minha volta.

Como é que querem que faça?
Que invente o que não sinto e que afirme o que não acredito?

Esta é a minha realidade nesta dualidade em que todos vivemos e o meu ser está entre os mundos... entre o céu e o inferno, os bons e os maus, os crentes e os não crentes, até que um dia esta realidade seja alterada e me mostre em factos e presenças que não estamos sós e a inteligência é vasta como o universo igualmente habitado por entes amorosos, mais do que nós senão estamos igualmente perdidos...

A Verdade verdadinha é que eu não sou santa, nem ascença e se há dias santos, admito, há também dias que são um inferno...e isto é a realidade de toda a gente.

Bem que gostaria sair deste patamar mediocre do quotidiano, mas nem realizada sou nem estou ainda acima da dualidade...sou só um ser humano vulgar, com uma grande dose de senso comum...
Queria ser original e única e inspirada mas afinal sou só mais uma banalíssima criatura ao cimo da Terra...

Eu sei que me aconselham a Meditar e ficar acima da dualidade...

Mas o que me dói e assusta são os oceanos cheios de plástico que usamos quando vamos ao supermercado e nada fazemos...são as garrafas de plástico nas praias, são as espécies morrer, e a indiferenças das gentes, a poluição nas estradas, os fogos por raios e as inundações, as guerras por petrólio...são os milhões de seres ignorantes deste caos e perigo iminente de destruição global do planeta, enquanto milhares de crianças morrem de fome e de sede no mundo por causa da nossa qualidade de vida e consumo...por causa dos nossos carros de que não abdicamos e do nosso egoísmo à prova de bala...
Ah! como é delicioso lavar os nossos carros ao domingo com água abundante a correr para o charco vicioso dos nossos dias inúteis e mesquinhos...

Hoje acordei asssim...virada do avesso, mas pode ser que amanhã um anjo me segure nas suas asas e me mostre os céus de um amanhã glorioso de amor e de paz... rlp

6 comentários:

Piro disse...

Há dias em que acordamos assim e são nesses dias que depois de reflectir sobre tudo e mais alguma coisa, que me conforto na ideia de que não estou só, de que mais alguém pensa o mesmo e que mesmo que não pense o mesmo, existe e que mesmo não compreendendo os meus dilemas, está ali. Não estamos sós.

Anónimo disse...

Rosa com certeza não está só, vivemos em busca de algo que as vezes torna-se dificil de encontrar, porque na verdade não sabemos ao certo o que estamos procurando, mas encontramo-nos em conflito em busca de reencontrarmos a nós mesmo, o nosso interior, ele tambem é vasto, por vezes infinito, mas a casa dia em pequenos pontos como estrelas encontramos um universo e nele o nosso deus, acredito que um dia chegarei lá, um grande abraço com ternura.
vania

Sirius disse...

todas as respostas estão em nós..acessemos nossaAlma, querida irmã iniciada.

Anónimo disse...

MINHAS QUERIDAS muito obrigada pelas vossas palavras e pela vossa presença.
São vocês, seres desconhecidos mas almas afins que me dão muitas vezes ânimo e conforto ou incentivo para continuar por aqui...

um abraço infinito

rosa leonor

Anónimo disse...

Rosa, eu também acordei assim, hoje, mas eu sofro do transtorno bipolar do humor, amei a postagem da mãe divina que você colocou porque me ajudou a esquecer os meus pensamentos e tentar sentir um pouquinho só a força do meu útero, daonde nós mulheres tiramos nossa força e também a nossa fúria!!

Anónimo disse...

Eu acho que somos todos bipolares, só que uns mais do que outros...ser bipolar é consequência desta sociedade de dualidade, de bem e mal que nos acorrenta a esses aspectos sem nos deixar ver o centro, o nosso ser profundo e na mulher evidentemente a sua divisão interna ainda agrava mais isso. O amor da Mãe e da Deusa são o único consolo e elevação.Integrar o nosso feminino é fundamental. Por isso é urgente Sair da mente restritiva (masculina) e ligarmo-nos ao nosso coração e ao nosso lado intuitivo para superar as crises!
um grande abraço
rosa leonor