Compreender não é sentir...
"Muito se fala e muito se escreve acerca da empatia, e eu própria me questiono porque também o faço, aqui e agora.
Talvez o faça porque a empatia esteja na base do laço social, da compreensão e compaixão pelo semelhante, que a cultivar, nos enche de esperança de um futuro melhor. Mas talvez o faça, também, por razões egoístas, para evitar cair no engano de julgar que se a minha emoção faz impressão no outro, e se gera a partir daí um contágio emo...cional, a denominada simpatia, eu fui compreendia, e ele sente o mesmo que eu sinto, como se tivesse vivido ou estivesse a viver a minha situação. Sente empatia por mim.
Em suma, posso iludir-me, se julgar que emocionar-se com o meu relato, coloca-o a habitar o meu mundo emocional, ou seja, “É como eu”.
A empatia de acordo com Boris Cyrulnik em, ”Do sexto sentido”, é então, uma construção em duas etapas “compreendo o que você sente”, mas que ainda pode dar azo a não tomar o meu lugar, serve de base para uma emoção profunda, a um sentimento “compreendo o que você compreende”, que permite ver o mundo com os meus olhos, o que implica ter sentido essas experiências no passado, e ficar comigo, por que a empatia também se faz se se ousar deixar correr a alegria da comunhão.
Podemos então admitir, que é a linha da empatia na qual todos nós nos situamos, compreender o outro, que não é uma tarefa fácil, mas possível para os psicopatas, até à emoção profunda, o sentimento, que não está ao alcance destes, porque não tiveram a vivência emocional. "
Cristina Simões - psicóloga
in incalculável imperfeição
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