O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, agosto 08, 2017

UMA MISTICA ERÓTICA?



PERGUNTAS A CAMILE PAGLIA
e intercalados comentários meus...
(As respostas da escritora estão todas em itálico...)

"- Recentemente, a senhora foi criticada por declarar que as mulheres deveriam pensar melhor no que vestem para não ficar tão vulneráveis. O que quis dizer?

- Eu apoio totalmente as mulheres que se vestem de maneira sexy. Mas quem faz isso tem de compreender que sinais está enviando. Quando disse isso, estava me referindo às garotas americanas brancas de classe alta, que frequentaram as melhores universidades e terão os melhores empregos. Elas usam roupas sexy, mas seu corpo está morto, sua mente está morta. Elas nem entendem o que estão vestindo..."

Sim, a Mulher está morta na sua beleza intrínseca, no seu magnetismo de mulher - longe do mistério do seu próprio corpo e da vida pujante que em si dorme...séculos de alienação de si e desse poder intrínseco. As mulheres como mulheres modernas de hoje apenas usam um corpo fictício e falso, superficial que enfeitam com os sinais da moda e do dinheiro - tanto como o adulteram através de operações estéticas e se cortam ou colocam silicone, mesmo jovens...todas estas mulheres pseudo emancipadas que vivem há décadas numa sociedade de plástica onde só o dinheiro é importante.

Sim é possível que de algum modo, como diz a autora Camile Paglia que as

"Mulheres na Itália, França, Espanha, Brasil e outros países da América do Sul comunicam melhor sua sexualidade, estão mais confortáveis com seu corpo. Afro-ame­ricanas também sabem fazer isso. Mas as mulheres americanas brancas que estão cursando as melhores universidades… oh! Bom, você deve se lembrar de Sex and the City. Elas são espertas e ambiciosas, mas vivem uma situação em que fazem sexo com uma incrível quantidade de homens e de repente é o homem quem escolhe com quem vai ficar e quando é a hora de casar. E, quando resolvem casar, querem as de 20 anos. É muito difícil. Antigamente não se fazia sexo antes de casar. Mas hoje… as mulheres são entediantes...

- Entediantes...?

- Quando eu vou a Nova York vejo essas mulheres nas ruas: bem cuidadas, lindas, bem-sucedidas, graduadas em Harvard, Yale e entediantes!  Entediantes. Não têm nenhuma mística erótica. Acho que o número de homens gays vem aumentando porque os homens são mais interessantes do que as mulheres."

Aqui eu direi que não considero que a causa de uma maior homossexualidade dos homens, se deve ao facto de eles serem "mais interessantes", mas precisamente porque lhes falta o espelho da MULHER MISTICA E ERÓTICA por excelência - falta-lhe o reflexo de uma Mulher que expresse essa beleza interior do ser mulher. É devido  à ausência do feminino essencial na mulher que os homens perdem a sua referência do feminino - nas mães e nas irmãs e nas mulheres em geral e mesmo tendo as atrizes  do cinema e as cantoras da moda que não passam de uma imitação da mulher erótica algumas com ar  fatal, que ele gay copia e se torna seu travesti. Não duvido que a maior parte dos homens acabam virando-se para homens porque essa mulher feminina não existe e por isso eles não têm ligação emocional-sensual com essa Mulher Mitica; não digo que não haja homossexualidade tanto masculina com feminina à partida e nõa possa ser uma escolha - mas o facto é a grande maioria dos homens crescem e são educados numa sociedade que só valoriza o que é masculino e em consequência disso também as mulheres optaram por um ego masculino, mantendo apenas a aparência de mulheres, mas sem conteúdo...sem alma...e é a falta de alma que move o mundo masculino e machista ou mesmo gay.
 Daí também as mulheres serem entediantes...porque não têm alma...não têm um corpo verdadeiramente sensual e vivo. Sim, ela diz bem as mulheres "Não têm nenhuma mística erótica." Essa mística erótica não é mais do que o poder magnético da mulher original, da mulher cujo corpo exprime a sua força interior como podemos ver ainda em algumas mulheres que estão a resgatar esse feminino através do seu corpo e da sua alma...Mulheres que resgatam todo o seu potencial e são magnificas e de uma dignidade antiga, como Deusas...e isso ela não vê, a autora...

Não concordo com a seguinte pergunta, mas gosto da resposta em parte; tão pouco concordo que agora a situação se inverta e as mulheres sejam felizes porque tem grandes famílias...

"- Onde elas deveriam buscar a felicidade?

Bem, achar que as mulheres profissionalmente bem-sucedidas são o ponto máximo da raça humana é ridículo. Vejo tantas delas sem filhos porque acreditaram que podiam ter tudo: ser bem-sucedidas e mães aos 40 anos. Minha geração inteira deu de cara com a parede. Quando chegarmos aos 70, 80 anos, acredito que a felicidade não estará com as ricas e poderosas, mas com as mulheres de classe média que conseguiram produzir grandes famílias."

Esta conclusão da escritora, mulher super culta sagaz e versátil e controversa, mostra porém o seu distanciamento da mulher mística, da mulher essencial, dessa mulher de dentro que tem como expoente do seu ser a opulência feminina de um corpo mágico e sedutor, um corpo magnético e evocativo de uma natureza transcendental que dá a força e a mística...O que não é de estranhar sendo ela a autora uma freudiana convicta e positivista, homossexual e sem duvida com um ego masculino acentuado, não fosse ela uma professora universitária formada nas escolas do patriarcado, não ser também feminista nem defender as minorias gay lésbicas e ter ainda uma consciência que não sendo ontológica, é profunda e analítica...mas de essencialmente feminino também  não tem nada...mas busca ela mesma - dentro ou fora - essa mulher mística e erótica...?

rlp

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