Todas as estruturas são frágeis
O ego deseja sempre obter alguma coisa das outras pessoas ou das situações. Há sempre um interesse dissimulado, uma sensação de que «ainda não chega», de insuficiência e de carência que tem de ser preenchida. O ego usa as pessoas e as situações para alcançar aquilo que deseja e, mesmo quando o consegue, nunca permanece satisfeito durante muito tempo. Muitos dos seus objetivos são frustrados e, para a maior parte das pessoas, o abismo entre «o q...ue eu quero» e «o que acontece» é uma fonte constante de preocupação e angústia. A famosa e já clássica canção pop «(I Can't Get No) Satisfaction» é a canção do ego.
A emoção dominante em todas as ações do ego é o medo. O medo de não sermos ninguém, o medo da não-existência, o medo da morte. Todas as ações do ego têm como derradeiro objetivo eliminar este medo, mas o máximo que ele consegue fazer é dissimulá-lo temporariamente através de um relacionamento íntimo, de uma nova aquisição ou ganhando isto ou aquilo. A ilusão nunca nos satisfará. Apenas a verdade de quem somos, quando sentida, nos pode libertar.
Porquê o medo? Porque o ego nasce da identificação com a forma e, no fundo, ele sabe que nenhuma forma é permanente, que todas são efémeras. Por isso, existe sempre uma sensação de insegurança em torno do ego, mesmo que, exteriormente, ele pareça confiante." ...
Eckhart Tolle (Um Novo Mundo, pág. 71)
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