O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, agosto 13, 2020

NÃO A LEGALIZAÇÃO DA PROSTITUIÇÃO!



SE A LEGALIZAÇÃO DA PROSTITUIÇÃO DA MULHER ACONTECER...
estaremos diante do maior retrocesso cultural e histórico de que há memória em relação as mulheres porque é aceitar e legalizar que as mulheres possam ser usadas e vendidas e exploradas pelo sexo legalmente.

Nada garantirá nunca mais a mulher alguma a possibilidade de viver com DIGNIDADE E LIBERDADE, NADA! As mulheres que aceitarem e que pensam poder conviver com esta realidade com distância estão muito enganadas e estarão a contribuir activamente para a sua eterna divisão entre a "santa"... e a "puta"...nunca mais esta divisão terá fim e todas as mulheres continuarão ameaçadas de serem putas…a qualquer titulo!
Sim, há mulheres putas que defendem a legalização dessa prática e que se afirmam fazê-la por livre vontade...mas são essas mulheres seres deformados e sem qualquer valor em si como seres humanos - pois essa prática levou-as a maior abjecção do ser mulher de que elas não tem qualquer consciência! Não tendo sequer qualquer profundidade ou qualidade humana.
Não considero essas mulheres que defendam a venda do seu corpo e do seu sexo sequer como Mulheres, mas seres alienados da sua alma e que traem a sua essência e não tem qualquer dignidade pessoal e humana. Digam o que disserem, nenhuma Mulher digna e consciente de si jamais aceitaria a prostituição do seu corpo  e do seu sexo de forma tão infame. Esta situação e defesa da legalização da prostituição  só nos mostra como o mundo está a chegar ao caos e a maior alienação da alma e do espírito.
 rlp


POSTAL DO DIA
Contra a legalização da prostituição


1....
Uma petição a favor da legalização da prostituição deu entrada no Parlamento. O texto, com mais de 4 mil assinaturas, defende e explica as razões que sustentam a necessidade de legalizar a profissão.

Entre outros motivos explica-se

- Necessidade de regulamentação
- Limitação da profissão a maiores de 21 anos
- Proibição de exercício da profissão a mulheres que estejam ilegais
- Proteção contra abusos
- Proteção social e garantia para a saúde pública

Nos próximos dias o Parlamento decidirá se o assunto subirá ou não ao Plenário.

2.
Sou contra a legalização da prostituição.

E isso não implica o reconhecimento de alguma justiça no aprofundamento da proteção das prostitutas – até por ser inevitável que a prostituição continuará a existir até ao fim dos tempos… disso não tenho a mais pequena dúvida.

O meu receio é o desta proposta ser vista como progressista. Porque não o é. Na verdade, é o contrário disso. Poucas ideias seriam tão penalizadoras para o combate a favor da mais do que justa igualdade de género. Poucas leis, se esta fosse aprovada, seriam tão indignas para as mulheres e contraditórias com o que o Estado defende como justo paradigma de futuro.

3.
Se a prostituição fosse legalizada não eram apenas as prostitutas que passariam a poder exercer uma profissão. Os outros, a começar pelos proxenetas, passariam também a estar guardados pela lei. A indústria sexual, em que o corpo da mulher é usado pelo homem, passaria a estar dignificado e protegido pelo Estado. Seria um “novo normal”, uma hipótese de trabalho igual a qualquer outra. Tal infâmia tornaria o Estado amoral.

Se a prostituição fosse legalizada uma parte importante das mulheres que se prostituem passaria a fazê-lo na rua. Essa é a história do que conhecemos da experiência holandesa. Uma parte das mulheres continuaria a não querer assumir o que faz. Não quererá pagar impostos e não quererá fazer os exames médicos que se tornarão obrigatórios.

Se a prostituição fosse aprovada certamente que se tornaria mais eficaz o tráfico sexual. Passaria a ser aceite pelo Estado, mas não deixaria de ser tráfico na medida em que muitas mulheres chegariam dos seus países de origem trazidos por facilitadores.

Se a prostituição fosse aprovada aumentaria a procura. Os homens que se satisfazem sexualmente comprando os serviços de uma “mulher da vida” passariam a poder fazê-lo sem estigma social. Quando falamos de Amesterdão, e das montras com mulheres nuas da célebre Rua Vermelha, referimo-lo sempre com uma normalidade desarmante. É obrigatório visitar e ver… como se as mulheres na montra não fossem seres humanos.

Se a prostituição fosse legalizada nem por sombras elas estariam mais protegidas. Mesmo que fizessem os exames médicos obrigatórios os clientes com quem estão não teriam de mostrar o “boletim de vacinas” quando se despissem. E mesmo que fosse obrigatório o uso de preservativo quem o iria fiscalizar? Isto sabendo, como é confirmado em todos os estudos conhecidos, que a maioria dos homens não quer usar preservativo e não se importa de pagar mais.

4.
Já vai longo o postal.

Os meus argumentos não são de sacristia.
Estou longe de ser um purista e defino-me como progressista.

Mas ao longo da minha vida não conheci nenhuma prostituta que gostasse de o ser (não estou a dizer que não existem).

Quando tive o privilégio de estar com dezenas de prostitutas, num encontro organizado pela minha amiga Inês Fontinha, vi mulheres que carregavam o mundo às costas. Mulheres que viram o inferno, mulheres maltratadas, humilhadas, agredidas.

Não é justo que o Estado legalize práticas que são indignas. Práticas que tratam as mulheres como gado. Que tratam as mulheres como carne para o apetite dos homens.

Não sou um purista e muito menos um moralista, mas não é aceitável que o Estado receba dinheiro e em troca dignifique a profissão das que, a maioria dos casos por necessidade, têm de abrir as pernas aos que se vão servir.

Dir-me-ão… o corpo é de cada um e em nome da liberdade individual as pessoas podem fazer dele o que quiserem.

Certo.

Mas isso não quer dizer que o Estado o legitime como prática aceite, respeitável e digna.

Luis Osório

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