O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, agosto 02, 2020

UMA GRANDE DOENÇA - QUERER CURAR TUDO...


AS SALVADORAS E OS SALVADORES…
E AS VITIMAS E CARRASCOS!

"Não aguento mais o termo curandeira, curadora, seja lá do que for. A Mulher se colocando no papel de salvadora, redentora, que acha que tem de salvar as pessoas, o mundo, numa "missão divina". Além disso, todos agora precisam de terapia e obrigatoriamente TÊM QUE passar por terapias para se curar, despertar, o diabo a quatro! De saco cheio disso.

Ninguém é normal, todos temos nossos problemas porque  imperfeitos. Faz parte da vida. Claro que em algum momento pode ser que uma psicoterapia se faça necessária, mas não nessa urgência, nesse salvacionismo que colocam. " Simone Abreu

Sabemos hoje em dia que a maior parte das doenças e os seus sintomas ou a até a depressão e outras "patologias" são sinais emergentes da necessidade de aprofundamento psíquico e anímico, provenientes dos conflitos emocionais das mulheres e da sua divisão intrínseca. Mas ao fugir desse aprofundamento e saber de si  elas retrocedem e voltam atrás em busca do velho paradigma em que o homem é o seu suporte…e o seu salvador!

Penso que esse querer "curar" tudo e a todo o transe é que é doentio, patológico e obsessivo e que se tornou um oportunismo gritante nas ultimas décadas, o que denota uma grande ferida da parte desses curadores que apareceram ou se destacaram nas alternativas em moda há décadas. E vejo com muita pena  que no caso das mulheres, que começaram em busca de si mesmas e de um sentido para a mulher e o feminino (sagrado),  que começaram agora  a se desviaram da sua senda original e em vez de se ocuparem de si apenas - tendo tanto trabalho a fazer consigo próprias -, elas começaram a querer salvar ou ensinar as outras, ou mesmo os homens e assim a ganhar um ascendente narcísico e mediático - agora em vídeos e em directo no Instagram e no facebook  - e é essa a sua principal patologia… um ego dominador que se quer sobrepor a outros e ser "mestre" a todo o custo, mesmo negando-o. Não mais que protagonismo de supostas vedetas...
Tenho tanta pena de mulheres brilhantes que começaram o seu caminho e depois se desviaram e que se se tornassem conscientes do seu poder pessoal seriam de facto extraordinárias por si sós, mas tem logo que estragar tudo por ego ao querer se sobreporem as outras como mestras e terapeutas da tanga. Mas nem isso é o pior, pois pior é mesmo este retrocesso cultural, a difusão de um  novo par romântico, já não o machão ou o Príncipe encantado, mas um homem moderado,  ou um selvagem, musculado para as mais atiçadas ou o índio primitivo na sua tribo ou até mesmo o homem "feminino" de cabelos compridos e doce, que apoia a mulher na sua senda de xamã ou de iluminada e a serve como uma deusa? e os dois ensinam e mostram o seu amor eterno….mas pouco… sim, no fim da treape vamos ver...os epítetos  saídos das suas bocas e a volta ao prego - como já vi tantas - quando forem traídas ou abandonadas por uma menina mais jovem ou até por outro homem...

rlp

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