O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, março 23, 2021

A FORÇA DO MUNDO




Unus-ambo

De súbito e caladamente veio ter comigo, aqui. Entrou dentro de mim, no meu corpo todo, em igual tamanho. O meu corpo, reduzido a uma camada fina, a uma parede, era uma custódia. Estava dentro de mim que a continha mas também fora de mim, eu continha-a e era contida por ela. Aquela força, aquela presença, viva, tão quente. Uns minutos, só. Mas o tempo com uma medida nova, não horizontal, mas vertical, em profundidade. Não passando de trás para a frente, mas de alto para baixo. Deixando-me viva, acesa. Com seu poder sereno e secreto.
No seu dia consagrado. Segunda vez.


in A FORÇA DO MUNDO

Dalila L. Pereira da Costa

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