O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, março 08, 2021

PORQUE HOJE SE ASSINALA O DIA INTERNACIONAL DA MULHER




E como é o santo dia da Mulher...
O tal que se celebra e no dia seguinte tudo continua igual...


Ana Santos - leitora de Lilith

Trecho escolhido pela Ana e o seu gato...
 


"Havia na Terra um culto antigo, no Templo da Deusa, que servia de base à verdadeira iniciação do homem (…) As sacerdotisas eram mulheres livres e cientes do seu papel. Elas eram sacerdotisas do amor, mulheres altamente iniciadas e consagradas aos mistérios do Amor e da Deusa. Hoje, é precisamente o contrário (…) Sendo essas mulheres iniciadas, elas conheciam o desejo da mulher, o mais profundo. E, foi esse saber e prazer que foi nela anulado, e é dela desconhecido uma vida inteira, para que pudesse submeter-se ao prazer e vontade do homem, sem ter em conta o seu. A grande maioria das mulheres ignoram o seu próprio desejo, mas em contrapartida vivem o desejo do homem, tornando-se assim meros objetos do desejo masculino, acabando elas mesmas por serem as suas defensoras, porque não só o defendem como o exaltam
(…) esse desejo que o homem inventou como sendo dela, e que mais não é do que o imaginário masculino, pervertendo esse sentir da mulher que nunca respeita. Prazer que só uma mulher consciente de si, quando o seu desejo mais profundo, e todos os seus sentidos são despertos, ela conhece e grita dentro de si pela sua liberdade. Aí, podemos ouvir o grito que é o desejo de Lilith, esse fogo que a queima, a paixão que a arrebata e que arde à sua revelia e nela conhece o seu despertar como Mulher. Essa Mulher seduz e é o seu desejo, mistério e revelação, que o verdadeiro homem almeja, mesmo dizendo que não, porque ignorante da verdadeira mulher ele continua imaturo e preso à imagem da casta mãe-esposa e da Outra, a pecadora que ele usa, abusa e mata.
Ela nunca foi dividida nem nunca seria dividida, entre a Santa e a Pecadora, divisão que acontece posteriormente já com Eva, e depois a partir da Ascensão da Virgem imaculada, e da redenção da pecadora Maria de Magdala, porque ela está para além da dicotomia Bem e Mal."

Excerto do Livro de Rosa Leonor Pedro 
Lilith A Mulher Primordial

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