[...] Meus pacientes, na maioria, não eram crentes, mas pessoas que haviam perdido a fé; eram ovelhas desgarradas que vinham a mim. O crente tem na igreja, ainda hoje, a ocasião de viver os símbolos. Basta pensar no sacrifício da missa, no batismo, na imitatio Christi e em muitas outras coisas. Mas viver e sentir o símbolo, desta maneira, pressupõe a participação viva do crente e é ela que falta, frequentemente, ao homem de hoje. Em geral, o neurótico não a tem. Nesse caso ficamos reduzidos a observar se o inconsciente produz espontaneamente símbolos que substituam esta falta. E apesar de tudo fica sempre colocado o problema de saber se um homem que tem sonhos ou visões dessa espécie é capaz de lhes compreender o sentido e de aceitar as consequências.
Jung
1 comentário:
Muito bom!
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