O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, outubro 13, 2002



MISTÉRIOS SAGRADOS


"Chegou, talvez, o momento de considerar o sentido que apresenta a nudez da mulher divina no seu aspecto de "Durga" e que está em oposição àquele por nós examinado da nudez do arquétipo demétrio-maternal, princípio de fecundidade. É o nu abissal afrodisíaco. A dança dos sete véus, uma das suas expressões simbólico-rituais mais fortes e sugestivas está ligada na sua origem a uma dança sagrada. Pertencia ao ensinamento dos Mistérios, o simbolismo da travessia das sete esferas planetárias, no decorrer da qual a alma se desprende pouco a pouco das diferentes determinações ou condicionalidades a elas ligadas, e concebidas como outras tantas vestes ou roupagens a retirar, até atingir o estado da "nudez" completa do ser absoluto e simples, que só se encontra a si próprio quando se situa para além dos "sete". Plotino recorda, justamente, neste contexto, aqueles que ascendem degrau por degrau aos Mistérios sagrados, ao mesmo tempo que vão despindo as suas vestes e avançamnus; e, no sofismo, fala-se de tamzig, a laceração da roupa durante o êxtase. (...)

in "A METAFÍSICA DO SEXO " de Julius Evola


ISIS

"Eu transferi o meu pensamento para a eterna Isis, a mãe e a esposa sagrada; todas as minhas aspirações, todas as minhas orações se confundem nesse nome mágico; eu sentia-me reviver nela, e, por vezes, ela aparecia-me sob a figura de Venus antiga, por vezes, também, nos traços da Virgem dos cristãos. (...) Parecia-me que a deusa me aparecia, dizendo-me: Eu sou a mesma Maria, a mesma que tua mãe, a mesma também que sob todas as formas tu sempre amaste. Em cada uma das tuas provações, eu deixei uma das máscaras com que cubro os meus traços, e dentro em breve verás como eu sou” .


in "Aurélia" de Gèrard de Nerval



Reveladora dos Mistérios

(...) "A mulher divina no gnosticismo é essencialmente, Sofia, entidade de múltiplos aspectos e nomes. Identificada por vezes ao próprio Espírito Santo, é também, segundo os seus diversos atributos, a Mãe universal, a Mãe do Vivos ou Mãe resplandecente, o Poder do Alto, "A da Mão Esquerda" (em oposição ao Cristo, considerado seu esposo e "O da Mão Direita"), a Luxuriosa, a Matriz, a Virgem, a Esposa do Macho, a Reveladora dos Mistérios, a Santa Pomba do Espírito, a Mãe Celeste, a Extraviada, Helena (isto é Selenia, a Lua); foi concebida como a Psique do mundo e o aspecto feminino do Logos. Na "Grande Revelação" de Simão o gnóstico, o tema da díade e do andrógino é dado em termos que merecem ser referidos aqui:" Este é o que foi, que é o que será, o poder macho-fêmea assim como o poder preexistente ilimitado que não tem começo nem fim, porque existe na Unidade. Foi através deste poder ilimitado que o pensamento, escondido na Unidade, agiu primeiro, tornando-se dois... Sucedeu assim que aquilo que através dele se manifestou, embora um, é de facto dois, macho e fêmea, contendo a fêmea em si próprio".

In " A Metafísica do Sexo" de Julius Evola


ISHTAR

Oye mi ruego, Istar,
Luna de los Amantes.

De quien no sabe dar
enséñame a recibirlo todo.

De quien no sabe abrir-se
hasme llenar...

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