SEGUNDO ARISTÓTELES...
O problema do mais e do menos já vem de longe...
(as aspas são do seu discurso)
Este corpo de mulher está inacabado como o de uma criança, está desprovido de sémen como o de um homem estéril. Doente por natureza, consegue mais lentamente reconstitui-se na matriz, devido à fraqueza térmica, mas envelhece mais rapidamente porque “tudo o que é pequeno chega mais depressa ao fim, tanto nas produções artificiais como nos organismos naturais”. Tudo isto, “porque as fêmeas são por natureza mais fracas e mais frias, e é necessário considerar a sua natureza como uma deformidade natural.”
Assim, de acordo com Aristóteles...
A natureza feminina é uma deformação natural: chegamos finalmente à razão ùltima dos defeitos que se acumulam no corpo das mulheres. É que a mulher é ela própria um defeito. Não há nada que escape ao registo da privação pelo qual ela se define.
O problema do género
E no entanto, temos de aceitar essa realidade: os grandes homens dizem mal das mulheres, os grandes filósofos e os mais autorizados saberes consagram as ideias mais falsas e mais desdenhosas a propósito do feminino. Assalta-nos, por vezes, a tentação de tudo reduzir à anedota, ao caso pessoal. (...)
Claro que seria fácil responder com o ressentimento e a amargura, com a denúncia furiosa dos erros e dos disparates. Mas seria justamente o mais fácil.
(...)
Diria até que a convicção íntima e adquirida de Ter razão de ser das nossas pesquisas militantes. Sabemos que a nossa causa é defensável. (...) Não apenas porque possuímos os meios para analisar e desconstruir esses discursos, e porque chegou a altura de levar a sério as razões dos vencidos, mas também porque algumas ideias mestras dessa ciência antiga podem chegar a sofrer um deslocamento e uma reorganização na mais recente biologia.
O LIVRO:
A alma é um corpo de mulher
De Giulia Sissa
(...) “O mais famoso oráculo do mundo antigo, Delfos, pertencia a Gaia muito antes de um intruso, o deus Apolo, se Ter apoderado dele.” (...)
in “O CAMINHO DA DEUSA” de Patricia Monaghan
Sem comentários:
Enviar um comentário