O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, dezembro 15, 2006


A PALAVRA DE OURO?

É a poesia que nos resgata a alma recriando e transcendendo a visão da parca realidade que nos circunda. É a poesia que circula no nosso sangue quando nos abre as veias à inspiração para nos reavivar, nas palavras mágicas a eterna memória, acordando a saudade infinita, de um todo que já fomos, ponte entre o aqui e o longe do que éramos ou sonhámos outrora e não nos lembramos mais.
Escrita, viagem a um interior, cósmico, corre como espada que corta e perfura as barreiras, gume afiado, corcel alado que nos leva ao sabor do Verbo, no enlevo ou enleio de uma alma cheia, como seta lançada ao vento, sem alvo visível e que escapa à toda a razão humana...
Escrita que nos fala através de ressonâncias, palavras e símbolos como vindas das nuvens ou brumas, passado ou futuro velado que como um véu se rasga na grande premência que é a laceração da alma, na busca de uma outra inteligência, superior, que se não mede a rima, mas vem do coraçâo e é puro ritmo.
Como um hino, um credo ou um canto...e nos liberta da matéria que nos aprisiona nesta terra e nos eleva ao lugar de orígem, princípio que nos habita e que se nos revela como uma iniciação no prosseguir a nossa luta contra as sombras...


r.l.p.
(republicando)

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