O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

O FEMININO E O MASCULINO

"Neith era a Abridora de Caminhos, a Caçadora, Senhora do Oeste, Deusa guerreira e protetora. Seu nome significa "Eu venho de mim mesma", ou autoconcebida. De acordo com a lenda Neith emergiu das águas primevas. Seguiu o curso do rio Nilo em direção ao mar, até alcançar o Delta, dando forma à cidade de Sais. Ela se autogerou e como a "Mãe Original", uma divindade andrógina, englobava tanto o feminino como o masculino. A sua bissexualidade era original, não tendo recorrido a nenhum deus masculino para iniciar a concepção dos vários elementos do Cosmos.
Plutarco visitou o grande templo de Neith em Sais, chamado Sapi-meht, e lá leu a inscrição:"Sou tudo o que já existiu, existe e que virá a existir. Nenhum mortal até hoje foi capaz de erguer o véu que me cobre". Parte desse santuário era uma escola de medicina chamada "A Casa da Vida" Essa escola era cuidada pelos sacerdotes de Neith, que eram médicos, especialistas em obstetrícia.

Neith era a divindade das ervas, magia, cura, conhecimentos místicos, rituais e meditação. Era a patrona das artes domésticas, tecelagem, caça, medicina, guerra e armas. Era também considerada a protetora das mulheres e do casamento.

As egípcias conheceram um mundo em que a mulher não era nem adversária, nem serva do homem. O segredo de viverem a plenitude como esposas, mães, trabalhadoras, ou como iniciadas nos mistérios do templo, sem renunciar a sua identidade em favor do homem, reside na forte presença das Deusas, que lhes davam um modelo claro de comportamento para todas as mulheres.
Se todos nós humanos, fomos criados à imagem e semelhança de um criador e só há um deus masculino, baseada em que imagem foram criadas as mulheres? Sabemos que os meninos, fazem de seus pais modelos de comportamento. Se vives em uma cultura onde só há um deus masculino e nenhuma Deusa, aonde está o modelo feminino? Como podem as meninas aprender a ser mulheres sem a Deusa?

Neith chega até nós para nos dizer que é hora de levantarmos nossos véus e nos conhecermos verdadeiramente. Quando você se olhar no espelho, poderá ver-se com a cabeça de uma górgona coberta de serpentes. Entretanto se olhar novamente com os olhos do discernimento poderá visualizar sua própria beleza imortal.

Hoje, nós mulheres, somos obrigadas a desenvolver os aspectos masculinos e patriarcais, para sermos aceitas no mundo dos homens. Entretanto, isso não implica em desistir do seu "ser" feminino. A própria Mãe Natureza se encarrega de nos lembrar quem somos quando damos à luz a uma nova vida, experiência tão profunda ancorada em nossa existência biofísica, que somente em casos muito raros passa desapercebida. É neste mágico momento, que a mulher pode experimentar a si mesma como criadora e como fonte de vida, irrefutavelmente e em uma profundidade que torna superficiais todas as atitudes equivocadas da sua consciência. Mas, até nesta hora, a mulher moderna, pode permanecer oculta entre véus, por medo profundo do Feminino, com medo dela própria, com medo da sua incompreensível natureza feminina.

Experienciar a si mesma, com a ajuda da Deusa, nos fará ver com clareza a totalidade da humanidade como uma unidade dos aspectos masculinos e femininos."

in http://sagrado-feminino.blogspot.com/

1 comentário:

Anna Geralda Vervloet Paim disse...

Rosa,de acordo com o que disseste:
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..."A própria Mãe Natureza se encarrega de nos lembrar quem somos quando damos à luz a uma nova vida, experiência tão profunda ancorada em nossa existência biofísica, que somente em casos muito raros passa desapercebida. É neste mágico momento, que a mulher pode experimentar a si mesma como criadora e como fonte de vida, irrefutavelmente e em uma profundidade que torna superficiais todas as atitudes equivocadas da sua consciência."...
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Sou mãe de 3 filhos,e pelo menos me sinto como "mãe" de 22 gatos e 4 cachorros,mas acho que ser Mãe não é apenas uma questão biológica,não precisamos dar a luz para vivenciarmos a experiência da maternidade.
Toda mulher é mãe!
Mesmo que nunca tenha gerado um filho,mesmo que nunca venha a gerá-lo.
Primeiro é mãe da boneca,mais tarde,do irmãozinho.
Casada,é mãe do marido,antes de o ser dos filhos.
Sem filho,será mãe adotiva.
Entregará a alguém os benefícios do seu amor;os sobrinhos,os filhos,ao próximo,os alunos,ou
uma causa justa.
Quantas mulheres,que a vida não escolheu para a maternidade de seus próprios filhos não se tornaram mães de suas próprias mães?
Quantas?do pai?do avô?
A maternidade é inexprimível.
Como uma fonte de água que uma pedra obstruiu ela vai brotar adiante.
Na guerra,a mulher é mãe dos feridos,mesmo que tenham outra bandeira.
A maternidade não tem fronteiras,não tem cor,não tem preferências,é das poucas coisas que se bastam a si mesmas.
Tem sua própria devoção:a Esperança.
Tem sua própria ideologia:o Amor.
Mãe,luz e vida!
Fonte de todas as criações!
Toda mulher é mãe!
bjus