O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, fevereiro 08, 2009

O TEMPO DAS MULHERES

"O MEU TEMPO HÁ-DE CHEGAR", DISSE ELA...
‘Santa Johanna’
Apresento-vos Uma Grande Senhora:

Esta mulher não é "Santa Johanna" como lhe chamam só por ser justa e humana e se interessar pelas causas e pelas pessoas de forma correcta e empenhada, nem é prostituta porque é divorciada, é, dizem “o primeiro caso em todo o mundo de um (?) homossexual assumido na chefia de um Governo”
“Um homossexual” é, no masculino, no mínimo uma designação honrosa porque se fosse por cá, seria apenas “uma lésbica”…

Se fosse em Portugal esta mulher seria condenada com a designação mais pejorativa e ridicularizada pelos média; a sua vida, como a da sua companheira, seria vasculhada e denegrida até a esmagarem. Os seus rivais fariam todo o tipo de insinuações grosseiras, não lhe perdoariam a sua candidatura sequer… Sim, se fosse neste pequeno país católico apostólico romano e marialva de touradas e intrigas de comadres, seria certamente acusada de qualquer coisa de horrendo e marginalizada…
Infelizmente, nós por cá não temos na política nenhuma senhora com as suas qualidades, a sua independência e dignidade, a postura de uma mulher inteira, humana e livre sem depender dos barões ou dos patrões e camaradas, ou dos ministros tutelares…
As políticas portuguesas são tão medíocres e vulgares como qualquer dona de casa amarrada ao marido e aos tachos…só que os tachos são outros…
***
Johanna Sigurdardóttir, ex-ministra da Segurança Social, é o primeiro caso em todo o Mundo de um homossexual assumido na chefia do governo. Mas, embora seja agradável para os islandeses fazer história por algo melhor que falências, a razão para a sua escolha nada teve a ver com a orientação sexual, até porque na Islândia a homossexualidade é encarada de forma mais natural do que na generalidade dos países europeus.
Aspecto mais relevante para a nomeação, num momento tão delicado, foi a popularidade de Sigurdardóttir. Apesar de integrar o governo de Haarde, manteve a mais alta taxa de credibilidade entre os políticos do país. Segundo as sondagens, entre 60 a 73% dos islandeses confiam nela.
Aos 67 anos, é uma veterana da política, à qual chegou após mais de uma década nas lutas sindicais. Foi eleita para o Althingi (Parlamento islandês) em 1978 e, 31 anos e várias reeleições depois, tornou-se a deputada há mais tempo no activo. Pelo caminho participou em inúmeros comités parlamentares e foi vice-presidente do Althingi (1979, 1983-84, 2003-07). Integrou ainda quatro governos sucessivos como ministra da Segurança Social (1987-1994), cargo a que regressou em 2007.
Conhecida como determinada e inflexível, é recordada como a ministra que recusou os serviços de um condutor e carro de luxo pagos pelos contribuintes, preferindo, em vez disso, continuar a guiar o seu pequeno Mitsubishi pelas ruas de Reiquejavique. Conquistou definitivamente o carinho dos islandeses por causa da defesa persistente dos direitos dos deficientes, dos idosos e desfavorecidos, algo que lhe valeu a alcunha de ‘Santa Johanna’.
Em 1994, devido a desentendimentos com a chefia do Partido Social-Democrata, tentou chegar à liderança, e falhou, o que a levou a demitir-se e a formar um novo partido, o Thjodvaki (Despertar da Nação). As palavras que pronunciou antes de partir tornaram-se proverbiais na Islândia: "Minn tími mun koma!" ("O meu tempo há-de chegar!").
Johanna por certo não desejaria ter a sua oportunidade num quadro tão desfavorável. Mas, por outro lado, que momento mais adequado poderia imaginar-se para a ‘entronização’ de uma santa?
CASADA COM UMA ESCRITORA
Em 2002 Johanna Sigurdardóttir oficializou, em cerimónia civil, a ligação com Jonina Leosdóttir (10 anos mais nova), uma jornalista, escritora e dramaturga premiada. A ligação das duas mulheres começou depois de Johanna se divorciar do banqueiro Torvaldur Johannesson, de quem teve dois filhos. Johanna nunca falou publicamente da sua sexualidade e não comparece em actos oficiais com a companheira.
A FIGURA
Johanna Sigurdardóttir nasceu em Reiquejavique (1942), cidade onde se formou na Escola Comercial. Foi hospedeira durante nove anos e membro do sindicato de pessoal de bordo. Trabalhou depois como funcionária comercial antes de seguir as pisadas do pai (deputado entre 1959 - 71) e ser eleita deputada (1978).
In correio da manhã

2 comentários:

Anónimo disse...

é maravilhoso ver mulheres competentes no poder...
pena nao ser assim tambem por aqui (no Brasil)
beijos mágicos
amei seu blog
vou voltar ;)

Mary Joe disse...

http://desaltosaltosvarios.blogspot.com/