Escritor sueco Peter Rost tornou-se o pesadelo da indústria farmacêutica. Ele foi demitido do cargo de vice-presidente de Marketing da Pfizer em dezembro de 2005, depois de acusar a companhia de promover de forma ilegal o uso de genotropin, um hormônio do crescimento. A substância era vendida como um potente remédio contra rugas. A empresa teria faturado US$ 50 milhões com o produto em 2002.
(…)
ÉPOCA – Os laboratórios são acusados de ganhar dinheiro ao lançar remédios com os mesmos efeitos de outros já no mercado. O senhor concorda com essas acusações?
Rost – Sim. Eles desenvolvem drogas parecidas com as que já estão à venda. Não necessariamente são as mesmas substâncias químicas. No geral, são as que apresentam os mesmos efeitos colaterais. É por isso que existem dezenas de antiinflamatórios e de antidepressivos. É muito fácil criar um remédio quando já se conhecem os resultados e as desvantagens para o paciente. O risco de falha e de perder dinheiro é muito baixo. Os laboratórios não estão pensando no benefício do paciente. É pura concorrência.
ÉPOCA – É por isso que não se investe em tratamentos para doenças como a malária, mais comuns em países pobres?
Rost – Não há interesse em desenvolver medicamentos que possam acabar com doenças conhecidas há décadas. Os países pobres não podem pagar essa conta. O Brasil é visto pela indústria farmacêutica internacional como um mercado pequeno. Ela se baseia em dados de que apenas 10% dos brasileiros têm condições de pagar por medicamentos. Para eles, esse número não significa nada.
ÉPOCA – Segundo uma teoria, os laboratórios “criam” doenças para vender medicamentos. Isso é real?
Rost – É o caso da menopausa. Sei que as mulheres passam por problemas nesse período da vida. Mas não classifico a menopausa como doença. As mulheres usam medicamentos com estrógeno para amenizar calores e melhorar a elasticidade da pele. Os laboratórios se aproveitaram dessas reacções naturais da menopausa e as classificaram como graves. Quando as mulheres tomam os remédios, sofrem infarto como efeito colateral.
ÉPOCA – As práticas ilegais da indústria farmacêutica são piores que as de outros setores, como o de tecnologia?
Rost – Sim, porque os laboratórios lidam com vida e morte. Você não vai morrer se a televisão ou o DVD não funcionarem direito.
ÉPOCA – Não devemos levar em consideração que, hoje, graças à pesquisa dos laboratórios, foi descoberta a cura para várias doenças e há maior qualidade de vida?
Rost – Claro que sim. Os laboratórios fizeram muita coisa boa. Em troca de muito dinheiro.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG78228-8055-480,00.html
ENCONTRADO EM: http://www.monicacamacho.com/blog/blog.php?bid=248
3 comentários:
são falas de uma sensatez á toda prova!
minha madrasta realmente teve um começo de derrame por causa da terapia de reposição hormonal.
fico só pensando na tristeza de todas as mulheres férteis que acham que estão fazendo uma ótima coisa a si mesmas quando se entopem de anticoncepcionais.
o problema é, quais as opções para elas? isso não interessa aos senhores donos de indústrias farmacêuticas, que nos oferecem 'soluções' para nossa própria natureza. a natureza da mulher é um problema para os patriarcais...
Minha mae teve milhares de problemas por causada tal reposiçao hormonal mas qdo eu digo ela nao aceita minha opiniao...
Juliana
É um absurdo isso que essas industrias farmacêuticas fazem com a populacão!
Eles ganham muito dinheiro nos entupindo de drogas, principalmente as mulheres com a questão dos anticoncepcionais, que na verdade são verdadeiras bombas hormonais!
Uma sugestão, nesse caso, é utilizar i divulgar o método natural de ovulacão Billings! É a solucao! Acessem aqui http://www.woomb.org/bom/index_pt.html
[]'s
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