O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, outubro 09, 2009

"Deixe sua alma transformar seu ser."


DO SER PSÍQUICO E DA ALMA

"Atrás de nossa mente, de nossa vida, de nosso físico consciente há uma imensa consciência subliminar - há âmbitos mentais interiores, vitais interiores e físicos mais subtis interiores, suportados por uma mais íntima existência psíquica que é a alma interligando todo o resto."

(Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 10.)

"É essencial ir voltando - para além do ser-de-mente, ser-de-vida, ser-de-corpo - ainda mais fundo para dentro, para a entidade psíquica mais íntima e mais profunda em nós."

(Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 10.)

"O psíquico é a alma individual suportando de seu lugar atrás do centro-coração a evolução mental, vital, física e psíquica do ser na Natureza. Sua realização traz 'bhakti', auto doação, entrega, o voltar todos os movimentos em direcção a Deus, discriminação e escolha de tudo que pertence à Verdade, Bem e Beleza Divinos, rejeição de tudo que é falso, mau, feio, discordante, e a união - através de amor e simpatia - com toda a existência, abertura à Verdade do Si e do Divino."

(Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 10.)

"A parte psíquica de nós é algo que vem directamente do Divino e que está em contacto com o Divino. Em sua origem o psíquico é o núcleo impregnado com possibilidades divinas, suportando esta manifestação inferior tripla, de mente, vida e corpo. Há este elemento divino em todos os seres vivos, mas ele fica escondido atrás da consciência ordinária, primeiro não é desenvolvido e, mesmo quando desenvolvido, não está sempre, ou não frequentemente, na frente; ele se expressa, na proporção em que a imperfeição dos instrumentos o permite, através de seus meios e sob suas limitações. Ele cresce na consciência através de experiências voltadas para Deus, ganhando força cada vez que há um movimento mais alto em nós, e, finalmente, pela acumulação destes movimentos mais fundos e mais altos, uma individualidade psíquica se desenvolve - aquilo que chamamos normalmente o ser psíquico. É sempre este ser psíquico que é a causa real, embora muitas vezes secreta, do voltar-se do homem para a vida espiritual e sua maior ajuda nela. Por isso ele é aquilo que temos que trazer de trás para frente."

(Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 11.)

"O ser psíquico, a personalidade-alma em nós, não emerge plenamente crescido e luminoso; ele evolui, passa por um desenvolvimento e formação lentos; sua figura de ser pode ser primeiro indistinta e pode depois permanecer por um longo tempo fraca e não-desenvolvida, não impura mas imperfeita. À medida que a personalidade psíquica cresce mais forte, ela começa a aumentar sua comunicação com a entidade psíquica atrás dela e a melhorar sua comunicação com a superfície: pode transmitir suas intimações à mente e coração e vida com uma pureza e força maiores."

(Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 11.)

"O que é psíquico no ser é sempre puro, por definição, porque é a parte do ser que está em conexão com o Divino e que expressa a verdade do ser. Mas isto pode ser como uma faísca na escuridão do ser, ou pode ser um ser de luz, consciente, inteiramente formado e independente. Há todas as gradações entre os dois."

(Mira Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 11.)

"A verdadeira alma secreta em nós é uma chama nascida de dentro do Divino e, habitante luminoso da Ignorância, cresce nela até que seja capaz de voltá-la em direcção ao Conhecimento. Esta velada entidade psíquica é o Testemunho e Controle encobertos, O Guia escondido, o 'Daimon' de Sócrates, a luz interior e voz interior do místico. É ela que persiste e é imperecível em nós de nascimento a nascimento, não tocada por morte, decadência ou corrupção, uma fagulha indestrutível do Divino."

(Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 11.)

"A alma ou psiquê é imutável apenas no sentido de que ela contém todas as possibilidades do Divino dentro de si, mas ela tem que evoluí-las; e em sua evolução ela assume a forma de um indivíduo psíquico que se desenvolve, evoluindo na Manifestação a 'Prakriti' (natureza) individual e tomando parte na Evolução, até que seja capaz de transformar a 'Prakriti' da Ignorância em uma 'Prakriti' do Conhecimento. Este ser psíquico evoluindo não é por isso, em nenhum momento, tudo o que a alma ou a existência psíquica essencial carrega dentro de si: ele temporiza e individualiza nesta projeção do espírito o que é eterno em potencialidade, transcendente em essência."

(Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, páginas 11-12.)

"A aspiração do ser psíquico busca o abrir toda a natureza inferior (mente, vital, corpo) ao Divino; busca pelo amor e união com o Divino, por sua presença e poder dentro do coração, pela transformação da mente, vida e corpo através da descida da consciência mais alta para dentro deste ser e natureza instrumental. Quando o psíquico impõe sua aspiração à mente, vital e corpo, então eles também aspiram, e é isto que se sente como a aspiração do nível do ser inferior."

(Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 12.)

(...)

"É sob a influência psíquica que o Divino se manifesta no homem, e assim prepara-se o advento da super-humanidade. O psíquico é imortal, e é através dele que a imortalidade pode se manifestar sobre a terra. Assim, a coisa importante agora é encontrar seu psíquico, unir-se a ele, deixa-lo tomar o lugar do ego, que será obrigado a se converter ou a desaparecer. Deixe sua alma transformar seu ser."

(Mira Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 12.)

Sem comentários: