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Hoje na sociedade faltam pontos de referência masculinos e femininos. Acredito simplesmente que não é a mulher que não encontra seu posto na sociedade, mas que todos os valores estão mesclados. Há muitos elementos confusos o bastante para que nem sequer os homens encontrem seu próprio papel na sociedade... e não o encontram tampouco os jovens, nem as crianças, nem os idosos; mais além do fato de serem homens ou mulheres, hoje é muito difícil encontrar valores dignos e poder situar-se de maneira justa dentro da sociedade. Não creio que esta confusão seja igualdade; essa outra igualdade que buscamos está em elementos bastante profundos. Hoje se fala de feminismo e interpreta-se geralmente o dia da mulher ou as lutas da mulher como movimentos feministas. O que são estes movimentos feministas, cheios de boas intenções, indubitavelmente? São movimentos de reivindicações, de pedir mais e mais coisas para uma mulher que se tem visto relegada durante muitíssimo tempo a um segundo plano, a um plano de dependência. Se há um homem que a proteja, quer seja seu marido ou seu filho, tudo vai bem, mas se não há um homem ao seu redor, ela “não é”. E se não há alguém que a mantenha, ela “não é”; ante esta situação, logicamente, há reivindicações para que a mulher queira ser como os homens, reivindicações que se transformam quase em revanchismos, em autênticas batalhas. Há um feminismo que é um antimachismo, e se trata de ver quem faz mais, quem enche mais páginas de jornais e revistas, quem pode chamar mais atenção. Do meu ponto de vista, estas são batalhas que, por mais movimentos feministas que se lancem ao mundo, estão perdidas de antemão: são conquistas instáveis, porque dependem de pontos de vista que hoje existem e amanhã não. A verdadeira conquista da mulher reside em descobrir sua própria Alma. Se houvesse um movimento reivindicatório para abrir caminho para a Alma da mulher – com o qual também se definiria a Alma do Homem – é possível que todas estas concorrências desaparecessem. E não é questão de ver se as mulheres podem fazer os mesmos trabalhos que o homem, pois não acreditamos que haja trabalhos próprios de uns ou de outros. Vem-se demonstrando claramente que todos podemos fazer mais ou menos o mesmo e mais ou menos bem. Não há monopólios de trabalho; o que há são enfoques diferentes, ainda que se faça o mesmo. Enfoca-se com distintos sentimentos, com distintas idéias, porque é a Alma o que leva a enfocar as coisas de outra maneira. Isso nos leva a perguntar o que é a Alma. Não vou defini-la do ponto de vista religioso-teológico, mas psicológico: a alma é a autêntica entidade, o autêntico ser interior; é essa energia que pode apoiar-se no material mas que tem a capacidade de elevar-se até o superior, até o metafísico, até os grandes sonhos, até os grandes ideais. Na Alma da mulher, na Alma do homem, existem matizes não de diferença, mas de complemento, que poderiam conjugar-se perfeitamente e não se opor. Creio que na Alma de toda mulher há algo de homem e na Alma de todo homem há algo de mulher. Em linhas gerais, a Alma do homem tende notavelmente para a ação exterior; a mulher é naturalmente muito mais introvertida. A Alma do homem busca o crescimento, o desenvolvimento, a expansão das coisas; a mulher busca conservar as coisas, assentá-las, guardá-las. A Alma do homem é impulsiva; a Alma da mulher é conservadora. O homem se lança à criatividade; a mulher busca a praticidade das coisas; isto não significa que ela não seja criativa, mas sim que sempre perguntará: para quê? O homem se lança atrás das idéias, a mulher atrás das intuições... Seria estupendo poder conjugar a Alma do homem e da mulher, porque então teríamos ação e introspecção, crescimento e manutenção do que cresce. Teríamos impulso e ao mesmo tempo proteção deste impulso; teríamos criatividade, mas buscaríamos a praticidade do que se cria. Teríamos idéias apoiadas por intuições. No entanto, a coisa não é assim, não se tem conquistado essa conjugação, eliminando a competição e obtendo o acordo, o trabalho comum, compreendendo que homens e mulheres são absolutamente necessários porque ambos formam parte da Humanidade.
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Excerto de artigo copiado de janela da alma
Ler na íntegra em: http://wwwjaneladaalma.blogspot.com/
2 comentários:
O texto é muito bom mas discordo um pouco, pra mim Alma não tem sexo ou gênero, a Alma é inteira, plena, harmoniosa, equilibrada...
nana
8D
Sem dúvida, a alma está para além de qualquer definição, é uma dimensão do ser, parte do ser e para lá da persona que somos. É a verdadeira identidade quando passamos a barreira do ego. Mas pode falar-se da alma feminina...no sentido em que a mulher tem uma responsabilidade acrescida de ser a Anima, a parte feminina do mundo...mas também nos podemos perderm em mil conceitos e ideias. Fico por isso na ideia simples de que a alma é a nossa essência.
Quanto ao texto tem por vezes umas ideias boas ou uma visão interessante mas com que eu não concordo totalmente...
é assim com tudo...
um abraço
rosa leonor
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