O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, setembro 24, 2018

A NEGAÇÃO DA HUMANIDADE NO SEXO FEMININO



A ORDEM PATRIARCAL…

"Se Deus no "seu" céu é um pai governando o seu povo, então é da "natureza" das coisas e de acordo com o plano divino e a ordem do universo que a sociedade é dominada pelos homens. Neste contexto, a mistificação dos papéis ocorre: o marido dominando a esposa representa o próprio Deus. As imagens e os valores duma determinada sociedade foram projetados no reino dos dogmas e "Artigos de Fé", e estes, por sua vez justificam as estruturas sociais que lhes deram origem e que sustentam a sua plausibilidade."

Beyond God the Father (Para lá de Deus Pai)
Mary Daly, teóloga feminista


COMO É ENCARADO O FEMININO NAS SOCIEDADES OCIDENTAIS…

"Porque esta obsessão da negação das mulheres pelas religiões patriarcais?

Esta impureza das mulheres mas mais do que isso, esta profunda misoginia, esta negação da humanidade no sexo feminino, encontramo-la nas três religiões monoteístas de forma exacerbada.

Também a encontramos noutros lugares. Esse caminho também foi percorrido pela Índia. Mas aquilo que espanta e também nos atrai é que ainda persiste a imagem do Grande Feminino.
Nos templos, podemos encontrar a divindade feminina. Enquanto no ocidente, tem-se a impressão de se tratar apenas de folclore bárbaro, pura imaginação. Mesmo com as universitárias, falar do divino feminino parece lhes algo de carnavalesco. Para elas o divino feminino é unicamente mítico. Elas não vêm que o mito foi história. É nesse ponto que se fixa o meu trabalho. Contrariamente ao que dizia Jung, a mitologia não é um arquétipo fixo, é também história. Ora se ficarmos no mito apenas, por exemplo, o das amazonas, das mulheres fortes, portanto no inconsciente colectivo, isso não fará mal a ninguém porque o castramos da sua historicidade para deixar isso numa terra de ninguém, fora do tempo e do espaço. Então é aí que se torna curativo sublinhar que existiu um outro feminino para além da visão patriarcal, que não foi nem sujo nem demonizado. O casamento sujo é o casamento patriarcal, que é o casamento de um dominado e de um dominador. " - Entretien avec Françoise Gange - Février 2001


AS MULHERES COMO VITIMAS E SERVAS DO SISTEMA

A VIOLÊNCIA CONJUGAL - a violência doméstica em casa, a violência na justiça e a violência na policia - sempre contra as mulheres é inerente ao Sistema … acusa-se sempre a mulher e absolve-se os homens!

A causa original de toda a violência sobre a mulher é, como vimos, o Casamento versus Prostituição, como instituições fundadoras e base da Família, onde as mulheres levam pancada se não obedecerem aos maridos e os pais levam os filhos aos Bares, ou Bordéis…

Sim Juizes e Policias matam mulheres e as condenam - a verdade é que eles são os mandatários do Sistema patriarcal e não são diferentes do homem comum seja o violador seja o abusador, pois nada muda com a Lei porque as mentalidades dos homens não mudam enquanto o Sistema for o mesmo.

(Ah, isso era antigamente, agora já não… dizem...e a mim faz-me rir…)

As mulheres porém, deve-se dizer que são elas também, neste e noutros contextos, pela sua formatação machista (ou feminista), identificação com as ideologias marxistas e teorias patriarcais, as grandes traidoras da sua  causa primeira, que é SEREM MULHERES. Ignoram quase todas a VIOLÊNCIA CONJUGAL, pela sua subordinação ao macho, a sua servitude em termos culturais e até eróticos (copiando e sendo fiel aos estereótipos da santa ou da puta) e aceitam passivamente todo o tipo de violências, seja sexual, física ou psicológica que sofrem todos os dias, passivas e vendidas por uns patacos ou por segurança, um nome, ou um filho, a este Sistema que as aprisiona e faz delas servas e vitmias.

Em Portugal nenhuma artista, por exemplo, que eu saiba, nenhuma mulher denunciou abusos nas "artes" e no cinema ou se identificou com o "ME TOO". Elas são assim coniventes com o patriarcado. Estão tão embrenhadas nos seus valores que nem se apercebem dessa violência e aceitam-na passivamente e acreditando, aquelas que se afirmam na vida profissional, na ideia ilusória de uma emancipação, não percebendo como estão atoladas até aos cabelos… vivendo mergulhadas no ego masculino, tão perdidas nas suas lutas pela afirmação  de uma "igualdade" - muitos movimentos feministas e de esquerda são causadoras dessa alienação de uma suposta igualdade que nunca existiu, porque há uma diferença ou uma desigualdade que é biológica e não social   - que se esqueceram de ser MULHERES per se e são elas as primeiras inimigas potenciais das outras mulheres que ousam ser Mulheres inteiras ou que se afirmam a margem desses valores!

rosaleonorpedro

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