QUANTAS mulheres serão capazes de responder à QUESTÃO o que É SER MULHER em SI sem precisarem de ter de ser mães ou amantes?
O que é A MULHER para lá de todos os modelos, estereótipos, funções e atributos que as definiram durante séculos em função dos outros, do sexo, da família, da sociedade, marido e filhos, servas do senhor, etc.
Tudo menos delas próprias?
O drama do romance e da ficção amorosa, o mito do amor romântico, é que esta programação da mulher (Anna Karenina pode ser o exemplo disso - sofredora, devota do amor do homem e submissa) é secular...e a mulher tarda a acordar para si mesma como um ente reflexivo e autónomo...
Não há dúvida de que a mulher sofre de uma espécie de alienação congénita...uma espécie de paralisia da intuição...uma anulação do seu próprio sistema natural...um bloqueio da sua sensibilidade profunda, uma formatação psíquica que resulta numa desvalorização em termos de si mesma enquanto pessoa…
Sonhando e vivendo exclusivamente na quimera e no sonho desse encontro com o outro - uma programação celular - sem que nunca a sua vida seja colmatada por nada...
Senão fosse algo assim ela não projectaria a sua vida toda, tendo como única realização a paixão ou o amor do outro, do amante ou dos filhos, sem nenhum outro propósito, sem nenhuma auto-estima, sem nenhum outro sentido que não seja a sua própria anulação…
Escrito em 2012
rlp
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