O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, setembro 09, 2018

QUANTAS MULHERES SABEM DE SI?


QUANTAS mulheres serão capazes de responder à QUESTÃO o que É SER MULHER em SI sem precisarem de ter de ser mães ou amantes?
O que é A MULHER para lá de todos os modelos, estereótipos, funções e atributos que as definiram durante séculos em função dos outros, do sexo, da família, da sociedade, marido e filhos, servas do senhor, etc.
Tudo menos delas próprias?

O drama do romance e da ficção amorosa, o mito do amor romântico, é que esta programação da mulher (Anna Karenina pode ser o exemplo disso - sofredora, devota do amor do homem e submissa) é secular...e a mulher tarda a acordar para si mesma como um ente reflexivo e autónomo...

Não há dúvida de que a mulher sofre de uma espécie de alienação congénita...uma espécie de paralisia da intuição...uma anulação do seu próprio sistema natural...um bloqueio da sua sensibilidade profunda, uma formatação psíquica que resulta numa desvalorização em termos de si mesma enquanto pessoa…
Sonhando e vivendo exclusivamente na quimera e no sonho desse encontro com o outro - uma programação celular - sem que nunca a sua vida seja colmatada por nada...
Senão fosse algo assim ela não projectaria a sua vida toda, tendo como única realização a paixão ou o amor do outro, do amante ou dos filhos, sem nenhum outro propósito, sem nenhuma auto-estima, sem nenhum outro sentido que não seja a sua própria anulação…

Escrito em 2012
rlp

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