As mulheres de Lena Gal…estão vivas e embora algumas pareçam inacabadas, elas já são inteiras na procura de juntar todos os pedaços que lhe roubaram os antepassados pela sua servidão; elas são o espelho fiel da mulher genuína na procura da sua integralidade, a que busca a liberdade de ser ela mesma!
Sim, a Lena molda-as do barro com as suas mãos e dá-lhes alma; chama-as assim ao seu caminho ancestral, chama-as ao Caminho da Lua e com elas traz a sua sombra e os seus símbolos, traz as serpentes, os lobos e os gatos, eternos companheiros das sacerdotisas e videntes… As mulheres da Lena Gal são grandes como ela, porque são do tamanho do seu coração sem mácula, são do tamanho da sua liberdade porque a Lena não tem medo das facetas da mulher que ela descobre em si mesma e assim ousa e assim as interpreta e as canta; assim as celebra num hino à Natureza Mãe, e à Deusa.
Ela quer também acordar a Mulher que falta cumprir, a mulher que falta ser descoberta em cada mulher…A Lena traz-nos esse precioso contributo, ao desvelar as mulheres nos seus trejeitos, nos seus esgares, nos seus anseios e até dos seus medos, mas liberta-as dos espartilhos, dos conceitos de beleza, das operações plásticas…Ela pinta as mulheres de terra e sangue, de azul lua e à sombra dos Ciprestes…
A Lena recorda as mulheres de outrora, a beleza natural que é pertença de todas as mulheres e que a sociedade consumista e plástica quer elegantes ou estilizadas e de coleira na garganta…
As mulheres da Lena Gal são uma homenagem à liberdade interior das mulheres, são um esboço da Nova Mulher que volta para abençoar a Terra e os seus elementos. As mulheres da Lena Gal são a Ressurreição da Mulher sacrificada ao homem e que se liberta da canga social.
Rosa Leonor Pedro- escrito em 2009
1 comentário:
Grata Rosa pela partilha e pela tua escrita
Enviar um comentário