O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, maio 14, 2019

MÃES MÁS


É PRECISO CORAGEM PARA SE SER MULHER E MÃE neste mundo de homens…

Sim, há mães toxicas e más mães. Há mulheres narcísicas e histéricas que não deviam ter tido filhos e foram obrigadas pela sociedade e a família.

Por isso as mães não são todas Mães… As mães são só partes de mães na divisão e fragmentação do seu ser. As mães que se viram só mães e que tiveram de se virar para fazer face às suas múltiplas dificuldades, não podem ser boas mães. PORQUE AS MÃES NÃO SÃO MULHERES...Ela foram e são ainda  um verbo de encher...


As mulheres que dentro do sistema patriarcal e que estão sujeitas a uma educação secular que as reduz às funções de mães e esposas normalmente não amam as filhas. Sim, principalmente as filhas que lhes reflectem o seu próprio sofrimento, pela repressão que sofreram, pelos traumas que as tolhem...Elas cultuam então e amam descaradamente mais os filhos, o filho homem que a salva, embora  não tendo filhos é natural que sejam mais próximas de alguma das filhas, mas sendo uma que a não confronte com o seu outro lado pois há sempre um outro lado da mulher que ela teme...Seja na filha seja na mãe seja na irmã, a outra pode ser sempre a "rival"...o espelho que devolve o que não gosta…
As mulheres refletectem nas suas relações com outras mulheres a relação que tiveram com as mães, com a mãe boa ou má. Comportam-se e reagem a essas informações subliminares, sem perceber como elas estão registadas no seu inconsciente e as fazem reagir instantaneamente ao que outras mulheres lhes sugerem… e amam ou odeiam as outras mulheres conforme a sua relação com a mãe. Noto isso muito claramente nas mulheres que reagem ao que escrevo ou ao que eu digo...

Por todas essas razões as mulheres tem dificuldade em lidar com as filhas, e consequentemente tem dificuldade em se darem com outras mulheres, tem dificuldade em se reverem nelas e aos seus problemas mal resolvidos. Tem dificuldade em se reverem nos seus medos e ódios, nas suas frustrações e revoltas caladas, preferindo sempre os homens e os filhos homens menos problemáticos e menos sujeitos aos conflitos e dramas e aflições que as mulheres enfrentam como mães ou amantes e até como filhas preteridas…
As mulheres na sua divisão interior entre a mulher séria e a mulher perdida...dominadas pelo arquétipo ou a ideia da santa e da prostituta, torna-se  um pesadelo de vida mesmo que inconscientemente, mesmo que já nem se pense ou ligue a isso, a verdade é que se vive  os seus reflexos...e está lá sempre o estigma a espreitar...na vizinha do lado, nos amigos do Bairro, na família....o medo de ser...Mulher! (...)

Assim, para as mães foi e é mais fácil ter filhos, cuidá-los e superprotege-los… adulá-los: os homens não engravidam, nem são violados...os homens não são acusados de serem putas se não se portarem bem ou não forem virgens para casar...e a não ser que sejam gays não lhes dão grandes problemas. Estas são coisas do passado, dirão algumas pessoas, muitas teorias e muita idealização branqueiam realidades, mas está tudo lá ainda...oculto ou disfarçado, seja  na violência no namoro e em casais muitos jovens que aumenta cada dia mais e não é senão por insegurança dos homens e a luta da mulher que se desenha entre dois mundos sem pertencer a nenhum. A mulher que quer ser livre e igual aos homens...quer dar uma queca ou uma rapidinha, não se querendo prender nem voltar a casar e pensa que não tem consequências mas tem, a curto ou longo prazo… o drama da mulher moderna é que não tem lugar nesta sociedade porque ela não sabe qual é o seu legitimo lugar, não sabe qual é a sua verdadeira identidade...

Ela é uma sobrevivente e sendo-o vive de esquemas, vive insegura, vive contra tudo e contra todos e talvez sonhe ainda com o príncipe encantado embora farta de comer sapos...
Mulheres livres de fazerem tudo o que os homens fazem, mas sem substância, sem essência sem tranquilidade, sem paz interior...sem amor, só em busca de prazer...fugaz...passageiro, sem compromisso, sem nada... e até já pagam se for preciso... depois a angústia, o vazio, o desespero e o mesmo ciclo vicioso, sempre até cair doente...sem saber para onde vai...
Sim, para onde vão essas mulheres sem centro, sem nexo só à procura de um sexo...de um prazer que ás vezes nem têm...

rosaleonor pedro

republicando

2 comentários:

Anónimo disse...

Obrigada!

Anónimo disse...

muito bom!!!