O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, maio 23, 2019

O DIABO



 PO DIABO, UMA INVENÇÃO DA IGREJA


"O diabo é uma criação do homem. Datável a primeira referência ao diabo (no século XII), Robert Muchembled analisa as diferentes representações do diabo ao longo dos séculos. Da necessidade da Igreja em criar um ideia de inferno à obsessão pelo combate às bruxas e feiticeiras, passando pela ligação ao corpo e pelo emergir do conceito de demónio interior no século XIX, «Uma História do Diabo» afirma-se, essencialmente, como uma história das ideias."


TAM A PERSEGUIÇÃO DAS MULHERES A VER COM  A CAÇA AS BRUXAS?

"Porquê atacar as mulheres? Porque foram elas, durante séculos, acusadas de bruxaria, de pactuarem com o diabo entregando-se à cópula com a besta que lhes daria poderes sobre-humanos? Nessa desconfiança do feminino afastou-se na verdade a mulher do espaço político e da possibilidade de se expressar, de exercer poder, de destabilizar a hierarquia masculina vigente."
*

Durante mais de 3 séculos a Igreja de Roma perseguiu as mulheres e matou-as como bruxas, queimando-as vivas às centenas nas fogueiras da Inquisição... Um holocausto bem superior ao dos judeus...lamento mas é assim que foi...
Qualquer mulher independente, qualquer mulher diferente, qualquer mulher que tivesse um dom ou fosse atractiva, que cultivasse umas ervas de cura, que ajudasse uma mãe a parir, era para os doutores da Igreja, bruxas perigosas, torturadas e queimadas nas fogueiras da Inquisição. Esta foi outra forma de crime que os homens cometeram contra as mulheres livres, sobretudo as mulheres de poder ou mulheres viúvas com posses...todas as que estivessem à mercê do seu ódio e da sua paranóia!
Eles próprios inventaram e deram corpo ao Demónio, eles os muitos doutos e santos da Igreja católica, fizeram a maior perseguição às mulheres em nome de crimes que estas nunca cometeram, acusando-as de copular com O Diabo - um ente que nunca existiu - e que a acontecer só podia ser com eles e cada um o próprio Satanás em pessoa...

Se hoje em dia isso ainda não se refletisse e de forma gritante como é o caso, na continua agressão ao ser feminino, não faria sentido escrevê-lo nem lembrá-lo, mas o facto é que esta mesma Igreja e o mesmo o Estado "Moderno" continua a cultuar os seus heróis machos - santos ou pecadores - e a deixar matar as suas mulheres.

Devo este pequeno texto à leitura de um livro saído há tempos em França, um estudo fantástico sobre a bruxaria e a caça às bruxas, o que significou e significa ainda como se vê nos crimes contra as mulheres. Não é só o Inconsciente colectivo, mas a forma do próprios Governos e a Igreja reflectem essas práticas sem as condenar abertamente...

Desde os padres da igreja que escreveram a demonologia - tratados inventados a provar os crimes das mulheres - até Freud que inventou ou repetiu a ideia da inveja do pénis, nada ou pouco mudou...só nõa vê quem é cego.

rosaleonorpedro

* citação do livro

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