O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, setembro 17, 2019

O MEDO QUE O HOMEM TEM DA MULHER...



UM TEXTO FUNDAMENTAL PARA A COMPREENSÃO DO FEMININO E MASCULINO - NÃO CONFUNDIR COM MACULINISTAS DE AMBOS OS SEXOS...

"Nas sociedades civilizadas actualmente ... a inveja do clitóris, ou inveja do útero, toma formas subtis. A necessidade constante do homem de depreciar a mulher, de humilhá-la, de negá-la direitos iguais, e de diminuir suas façanhas — todas são expressões da sua inveja e medo inatos.

O facto é que os homens necessitam das mulheres mais do que as mulheres necessitam dos homens; e então, ciente deste facto, o homem tem procurado manter a mulher dependente dele economicamente como o único método disponível para ele fazer-se necessário para ela. Como no início a mulher não se tornaria sua escrava voluntária, ele tem feito ao longo dos séculos uma sociedade na qual a mulher deve servi-lo para sobreviver."

Provas de que o pênis é um desenvolvimento muito posterior à vulva feminina são encontradas na evidência de que o próprio macho é uma mutação tardia da criatura feminina original. Pois o homem é uma fêmea imperfeita. Geneticistas e fisiologistas nos dizem que o cromossomo Y que produz machos é um deformado e quebrado cromossomo X — o cromossomo feminino. Todas as mulheres têm dois cromossomos X, enquanto o macho tem um X derivado de sua mãe e um Y de seu pai. Parece bastante lógico que este pequeno e torcido cromossomo Y é um erro genético — um acidente da natureza, e que originalmente havia somente um sexo — o feminino.

Para masculinistas de ambos os sexos, "feminilidade" significa tudo o que os homens têm embutido na imagem feminina nos últimos séculos: fraqueza, imbecilidade, dependência, masoquismo, insegurança, e uma certa sexualidade "bonequinha" que é na verdade apenas uma projeção dos sonhos masculinos. Para "feministas" de ambos os sexos, feminilidade é sinônimo do eterno princípio feminino, conotando força, integridade, sabedoria, justiça, confiança, e um poder psíquico estrangeiro e portanto perigoso para os laboriosos masculinistas de ambos os sexos.“

A erroneamente chamada mulher "feminina", tão admirada pelo seu criador, o homem — a mulher que é complacente com sua inferioridade e que tem engolido a imagem que o homem fez dela como sua "ajudante" ordenada e nada mais — é, na realidade, a mulher "masculina". A mulher verdadeiramente feminina não pode deixar de se inflamar com a raiva interior que vem de ter que se identificar com a imagem negativa dela feita por seu explorador, e ter que se conformar à ideia de seu perseguidor da feminilidade e suas limitações decretadas pelo homem. 

Na nova ciência do século XXI, não a força física, mas a força espiritual vai liderar o caminho. Dons mentais e espirituais serão mais necessários do que dons de natureza física. A percepção extra-sensorial terá prioridade sobre a percepção sensorial. E nessa esfera a mulher voltará a predominar. Ela, que foi venerada e adorada pelo homem primitivo por causa de seu poder de ver o invisível será mais uma vez o eixo — não como sexo, mas como mulher divina — sobre o qual a próxima civilização, como antigamente, girará.“ — 

Por Elizabeth Gould Davis


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