O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, junho 11, 2020

O MEU TRABALHO E A MINHA ESCRITA



Apesar do meu trabalho se basear sobretudo na escrita e portanto não ter aspectos  práticos a desenvolver, no sentido de usar técnicas práticas ou rituais ou mesmo  trabalhos feitos por mulheres em circulo, tenho em mente e como principio que sem a Consciência e integração das duas mulheres que a cultura judaico-cristã cindiu, (no ocidente e não só) qualquer iniciação, prática ou rituais,  de pouco serve ou será muito difícil a mulher realizar-se sem ser primeiro uma mulher  plena em si… consciente da sua cisão e determinada em integrar as duas mulheres divididas na sua psique.
 Esta ideia de base- sobre a Cisão milenar na Mulher -  desenvolvi-a ao logo de anos  neste  blogue Mulheres & Deusas  (Rosa Mater) e os meus livros ilustram a necessidade dessa consciência primordial despertar dentro de cada mulher para que o  Ser Mulher inteira seja o factor fundamental anterior a qualquer caminho espiritual ou qualquer iniciação sexual...


Essa divisão da mulher em duas tem como razão de ser, o facto de que, como nos diz Jung, "A grande maioria dos homens no nível cultural presente nunca avança além do significado maternal da mulher e esta é a razão pela qual a alma raramente nele se desenvolve além do nível infantil, primitivo da prostituta. Como consequência, a prostituição é um dos principais produtos do casamento civilizado."

Essa divisão da mulher em duas espécie como falo e desenvolvo no meu ultimo livro, Lilith a Mulher Primordial, é o que marca todas as mulheres desde logo a nascença e as fragmenta em partes e subpartes de si mesmas, dividas na sua psique, privadas da sua relação com o os seus aspectos telúricos e ctónicos, impedindo-as assim de ter acesso a esse feminino essencial que a liga as forças cósmico telúricas e as coloca na superfície mental e intelectual do ser seguindo as pisadas do masculino, cerebral activo e solar. Influenciada pela visão e masculina, ela quer ascender ou elevar-se aos céus e transcender a natureza humana instintiva sem a realizar em vida a sua relação privilegiada com as Terra e a sua Natureza Lunar. Desde modo copiando e seguindo as pisadas do homem  a mulher nunca poderá atingir o cerne do seu seu ser e ser essa mulher integral que aspira através das religiões patriarcais que a destinam unicamente a servir o homem e a sociedade.

Contudo a verdade da Mulher que se busca inteira nunca será a tal verdade que promulgamos de acordo com qualquer religião e que a sociedade patrista e o Homem nos destina seja como crença, sonho ou ideal, sendo nesse caso sempre uma mulher obediente e submissa ao poder do Homem e do seu Deus misógino, sempre pronto a condenar as mulheres. Por tudo isso acho importante que cada mulher descubra a sua verdade interior a partir das suas entranhas - útero e ovários - e que faça essa descida  as suas entranhas que a definem enquanto ser feminino -  cada uma em si mesma e não aquela que se assume exclusivamente como esposa e mãe - diante da farsa que lhe é imposta do que é ser mulher perante e em função (do homem) no mundo...
A mulher moderna está totalmente fragmentada e dividida em estereótipos e o que defende como feminino são todas essas mascaras de silicone e botox e químicos, para além dos conceitos generalistas e das ideias de género e afins e o que defende como feminino, está longe de corresponder a verdadeira essência da Mulher. O caminho da mulher é para dentro da mulher em busca do seu ser original e da sua feminilidade para poder viver como ser autêntico sem corresponder a nenhum desses estereótipos e mascaras. É muito difícil a mulher de hoje viver fora dessas influências patriarcais o que torna o verdadeiro caminho da mulher diferente do homem e muito árduo porque ela está atolada de MENTIRAS e a grande maioria das mulheres defende-as como suas… Poucas mulheres tem discernimento do que seja o verdadeiro feminino, para já não falar dos homens que esses não sabem mesmo nada da mulher para além do seu imaginário.
rlp

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