O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, junho 11, 2020

O MUNDO CRIADO




É O CEU MELHOR DO QUE A TERRA?

...." Em todas as descrições da criação do mundo, há um pressuposto bem instalado que consiste a fazer notar que os homens, o masculino, se apoderou do céu e das águas de cima contra as águas de baixo, que seriam femininas. Porque não? O que me aborrece, é que eles acabaram por convencer todo o mundo desde há milhares de anos que o céu, é melhor que a terra.
Portanto puxei um pouco as coisas na direcção da empatia dizendo que vivemos num mundo em que se valorizou de tal forma o Espírito, o masculino, o intelecto, e que isso foi feito em detrimento da alma, do sensível e que por isso estamos todos a caminhar para o abismo. Quando defendo a minha Deusa selvagem, eu defendo portanto muito simplesmente um feminino primitivo, autêntico, fecundo, vivo."
(...)
De uma entrevista a Joelle de Gravelaine


(...)” E nunca mais devemos esquecer que o nome de Alá substitui o de uma antiga deusa da Arábia pré-islamita, deusa solar cujo simulacro era a célebre pedra Negra de Caaba, em Meca, um meteorito, portanto um Dom do céu caido sobre a terra, e que simbilozava maravilhosamente, de maneira inteiramente abstracta, a grandeza e o poder da divindade.”
In A Grande Deusa de Jean Markale.


 

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